A Remoção Lenta e Sofrida da Favela Metrô-Mangueira

A comunidade Metrô-Mangueira existe há 34 anos, desde a construção da estação do Metrô do Maracanã. Nordestinos vindos para trabalhar na obra foram os primeiros a construir seus barracos lá. Se chama Metrô-Mangueira por ocupar o espaço exatamente entre a estação do metrô e a Mangueira.

A comunidade foi crescendo, até chegar em aproximadamente 700 famílias. Nunca houve tráfico ou milícia. Todos com quem conversamos, inclusive vários que já foram removidos e voltaram para trabalhar, falaram bem da comunidade, dizendo que a vida lá era melhor do que nos condomínios para onde foram levados.

Em outubro/novembro de 2010: a Prefeitura entrou intimidando moradores dizendo que tinham que sair de lá. Motivo: “limpar” a área para a Copa. 107 não resistiram e foram nessa primeira leva, para o Condomínio Varese do Minha Casa Minha Vida em Cosmos (70km de distância da comunidade, ou 2 horas de trem). Os que ficaram resistiram com ajuda da Defensoria do Estado do Rio e Pastoral das Favelas.

Enquanto isso, a Prefeitura entrou na comunidade e a marretada derrubou as casas dos primeiros 107 que sairam, deixando buracos enormes na comunidade que desde então atraem usuários de drogas, prostituição, focos de dengue, e assaltos.

Por conta dos problemas atraídos pela demolição das casas, os moradores toparam ser realocados em sequência, mas com ajuda da Defensoria insistiram que só sairiam se fosse para um condomínio próximo. Com isso, uma segunda leva de por volta 300 família foram realocadas para o Condomínio Mangueira I do Minha Casa Minha Vida construído na mesma região, dentro da Mangueira, no início de 2011.

Ao longo do último ano, o restante dos moradores (por volta de 300 famílias) esperam o reassentamento próximo neste mesmo esquema. A maioria serão levados para Mangueira II que está sendo construido, mas demorando muito. O restante será levado para um outro condomínio que está sendo construído na área da próxima estação de Triagem.

Relatamos nossa preocupação que (1) o Mangueira II demore a sair do papel, deixando essas 300 famílias correndo mais risco ainda, e (2) o Mangueira II ficando pronto, deixará uma pequena parcela de moradores na comunidade esperando o término da construção do condomínio em Triagem, que certamente irá demorar bem mais.

É fundamental que os moradores sejam todos reassentados em condomínios PRÓXIMOS logo e SIMULTANEAMENTE, e que se garanta a SEGURANÇA da comunidade enquanto isso.

O que tem acontecido na Favela do Metrô é um escândalo local e internacional. Não é a toa que a imprensa internacional, grupos de direitos humanos, a ONU, e outros têm coberto amplamente o caso. Infelizmente, o mesmo não vem sendo feito pela imprensa nacional.

Veja um slideshow da situação atual na comunidade Metrô-Mangueira:

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