Policiais Militares São Acusados Pela Morte de Jovem em Trindade, Paraty

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Em 4 de outubro, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro entrou com uma queixa formal contra os dois policiais militares suspeitos de assassinar Jaison Caique Sampaio dos Santos, de 23 anos, e de tentar assassinar o seu irmão Jedson Allison Sampaio dos Santos, em junho, em Trindade, Paraty, no Estado do Rio de Janeiro. Os policiais Cláudio Antonio da Fonseca, conhecido como “Godo”, e Udson de Oliveira estão sendo acusados de homicídio e tentativa de homicídio.

De manhã cedo no dia 2 de junho, Jaison e seu irmão Jedson foram baleados em sua casa, em uma área rural da comunidade, à beira-mar. Jaison foi morto, mas Jedson conseguiu escapar. Segundo o Ministério Público, os dois policiais militares estavam ilegalmente trabalhando como seguranças privados para a empresa imobiliária TDT, Trindade Desenvolvimento Territorial, que está em uma disputa de terras com moradores tradicionais de Trindade por décadas.

Trindade era uma comunidade caiçara tradicional de pescadores, e muitos moradores ainda se identificam como tal, embora recentemente Trindade, com suas praias pitorescas, tenha se transformado em um pólo turístico. TDT tinha representantes armados na comunidade, e tensões entre moradores e representantes da TDT se instalaram ao longo do tempo, culminando na morte de Jaison.

Em resposta, os membros da comunidade expulsaram os representantes restantes da TDT. Eles recuperaram o espaço ocupado e o transformaram em um centro comunitário, uma ação aprovada pelo prefeito de Paraty. No final de junho, uma audiência pública foi organizada pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj, para os moradores expressarem suas queixas e exigirem justiça pela morte de Jaison.

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Os policiais se entregaram à 167ª Delegacia de Polícia (Paraty) e foram detidos pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) durante 72 horas, antes de serem libertados e colocados em serviço administrativo.

Neste momento, a denúncia apresentada pelo Ministério Público deve ir para os tribunais e, em seguida, avançar para julgamento. Se condenados, os policiais podem pegar até 20 anos de prisão.