Líderes Ambientais Comunitários Cariocas Compartilham Boas Práticas na Semana Lixo Zero

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Estudantes, professores, profissionais e atores da sociedade civil se reuniram no Rio na semana passada na Semana Lixo Zero. Liderada pela organização sem fins lucrativos Instituto Lixo Zero Brasil, os participantes envolveram-se em debates, apresentações e seminários ao longo da programação de nove dias, entre 21 e 30 de outubro. Esse é o segundo ano em que a cidade do Rio organiza oficialmente uma Semana Lixo Zero.

Vários tipos de organizações comunitárias estavam incluídas na Semana Lixo Zero. Nas palavras dos organizadores, o objetivo é “promover atividades que abordem à gestão de resíduos sólidos e o conceito do Lixo Zero em diversos segmentos da sociedade”. O evento no Rio enfatizou soluções comunitárias e dedicou um tempo significativo à discussão de questões sobre a gestão de resíduos nas favelas.

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No dia 26 de outubro, a Semana Lixo Zero realizou o encontro Comunidades Lixo Zero: Compartilhando Soluções no Museu da Justiça. As dez apresentações foram compartilhadas com o grupo de 60 participantes que continha membros de organizações sem fins lucrativos, coletivos comunitários e iniciativas sociais. Todos estavam conectados através do foco na promoção da sustentabilidade ambiental nas favelas do Rio e nos bairros da periferia da cidade.

O organizador do evento Egeu Laus começou a sessão com um panorama sobre o problema do lixo nas favelas. Falta uma estimativa concreta da quantidade de lixo existente nas favelas e isso é uma barreira significativa para delinear soluções abrangentes. No entanto, uma estatística, aceita pelo Instituto Lixo Zero do Brasil, mostra que 85 toneladas de lixo são removidas diariamente da Rocinha, a maior favela do Rio.

O conceito do Lixo Zero nas favelas não é apenas para servir um propósito estético. O descarte impróprio de lixo nas favelas pode causar contaminação do solo e da água e obstruir a infraestrutura, e também promove a disseminação de doenças por atrair roedores. Egeu Laus citou que 60% dos ratos que vivem nas favelas do Rio estão infectados com leptospirose.

Os moradores das favelas devem ser os principais agentes de mudança em direção à sustentabilidade ambiental. Os dez projetos apresentados no Comunidades Lixo Zero: Compartilhando Soluções incorporam essa filosofia, pois resultam de uma necessidade identificada no local somado ao trabalho com os moradores para alcançar o sucesso.

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Em Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, o Projeto Patrulhinha da Limpeza é um modelo do poder da mobilização comunitária. O projeto envolve tanto a juventude quanto educadores da comunidade, que patrulham as ruas para prevenir o descarte de lixo e colocam avisos públicos em locais onde o lixo se acumula. Rio das Pedras foi amplamente considerado um dos bairros mais sujos de Jacarepaguá, mas o Projeto Patrulhinha da Limpeza reduziu drasticamente a quantidade de lixo na comunidade.

O Projeto Viva Bairro, outro projeto comunitário apresentado no Comunidades Lixo Zero: Compartilhando Soluções, trabalha com associações de moradores em comunidades como o Tabajaras e Cabritos na Zona Sul; e no Méier e na Tijuca na Zona Norte para concluir projetos de agricultura urbana, educação ambiental e expressão artística. Além do Rio de Janeiro, o Projeto Viva Bairro opera em São Paulo.

Outras oito organizações estavam presentes para falar sobre seus trabalhos. Sendo elas: coletivos sociais como o grupo de horticultura Planta na Rua RJ Jardinagem Social, o Coletivo Feira de Trocas Solidárias – eu, nós e a natureza, o Projeto Verde Vale da Pavuna, o Projeto ReciclAção e o Projeto Óleo Zero; empreendimentos sociais como o CARPE Projetos Socioambientais; organizações da sociedade civil como a Comissão de Meio Ambiente de Jacarepaguá e o Instituto Guardiões de Gaya.

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A energia e as soluções comunitárias construtivas trazidas pelos participantes e apresentadores, no evento de 26 de outubro, é um bom presságio para as favelas do Rio, já que uma maior atenção vem sendo dada ao desenvolvimento de estratégias colaborativas–ao invés de verticais–e prioridade ao impacto social ao trabalhar para promover a sustentabilidade ambiental urbana.