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Coletiva de imprensa e evento de lançamento, no dia 17 de setembro, contarão com a presença de moradores e aliados que estiveram à frente dos projetos. Clique aqui para se inscrever. Assista e compartilhe ao vídeo acima. [Release em PDF]
6 de setembro de 2023—A Associação de Mulheres de Atitude e Compromisso Social (AMAC) que há onze anos luta pelo direito das mulheres e contra a violência doméstica em Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, acaba de dar um salto como referência também de práticas sustentáveis. No dia 17 de setembro, a associação irá receber jornalistas, lideranças comunitárias e aliados da Rede Favela Sustentável (RFS)* para uma coletiva de imprensa e lançamento oficial da mais nova conquista da associação: um sistema de energia solar fotovoltaica instalado na comunidade do Dique da Vila Alzira. O evento será realizado na sede da associação e é aberto a inscritos.
“A sociedade impõe pra gente uma barreira que não existe. Quando vi a possibilidade de trazer energia solar para o meu território, da Baixada Fluminense, onde tudo é mais difícil pra gente, e ao mesmo tempo levar não só pro território, mas fazer com que os moradores e os jovens pudessem olhar isso como uma possibilidade de crescimento pessoal e profissional, eu não pensei duas vezes.” — Nill Santos, Fundadora e Presidente da AMAC
Apesar de possuir um excelente potencial solarimétrico para a exploração da energia solar, a Baixada Fluminense ainda aproveita muito pouco essa oportunidade. Com cerca de 57% da população do município do Rio de Janeiro, e uma área geográfica bem maior, a potência fotovoltaica instalada da região apresenta apenas 23% daquela do município do Rio de Janeiro. O potencial solar não realizado da região é gigante.
“Quando a gente vê a energia solar [no nosso território], que é uma energia mais limpa, ecológica, melhor para o nosso planeta, a gente começa a realmente ver a possibilidade de um futuro melhor. Estamos indo pro trilho correto, correndo atrás de nossos sonhos, que nossos sobrinhos, filhos, netos, tenham um mundo melhor para viver. E cabe a nós preparar esse mundo para eles. A AMAC tá sendo pioneira em energia solar, em Duque de Caxias! Nem o governo olha pra cá, e olha o que estamos fazendo.” — Gabriel Souza, Educador Social da AMAC
Um Sonho Realizado a Partir da Reconstrução da Vida de Mulheres Vítimas de Violência Doméstica se Aliando a Uma Rede Metropolitana de Mobilizadores Socioambientais
A Associação de Mulheres de Atitude e Compromisso Social (AMAC) surgiu em 2012 a partir de vivências de Nilcimar “Nill” Maria Santos, moradora da comunidade do Dique da Vila Alzira. Os já notórios índices de feminicídio e assédio sexual vêm aumentando em nosso país, e a Baixada Fluminense lidera o estado do Rio de Janeiro em casos de violência contra a mulher. Infelizmente, Nill também foi uma dessas vítimas. Em 2007, porém, conseguiu quebrar o ciclo da violência e a partir de uma rede de trocas, conversas e acolhimento com outras mulheres de sua comunidade, surgiu a ideia de criar a AMAC.
“A principal missão da AMAC é reconstruir e reconstituir vidas, empoderando mulheres, especialmente aquelas que são vítimas de violência doméstica. A AMAC é responsável por muitas atividades e movimentos, que visam capacitar e educar as comunidades de Caxias sobre os direitos das mulheres.” — Nill Santos
Foi a partir destas ações que Nill se integrou à Rede Favela Sustentável, para trocar experiências com uma rede metropolitana de mobilizadores de favela unidos pela busca por soluções socioambientais para os desafios dos seus territórios. A Rede Favela Sustentável é uma rede formada por 400 integrantes, com mais de 195 mobilizadores comunitários de 127 favelas do Grande Rio e aliados técnicos.
“A Rede Favela Sustentável é muito importante, a força dela está em transformar esse processo em algo mais leve pois [o trabalho] é feito em rede. Sabemos que não estamos sozinhos, não existem limites quando estamos em rede. Quando falamos de energia solar estamos falando também da troca de energia entre as pessoas.” — Nill Santos
Desde a formação da RFS em 2018, Nill se engajou com vários temas, inclusive a justiça energética, um dos eixos trabalhados pela RFS. Foi ali que comunicou sua vontade de tornar a sede da sua instituição sustentável, aliando a economia financeira com a sustentabilidade ambiental, e para se tornar um exemplo que pudesse inspirar outros na comunidade e no município. Através da realização do potencial das favelas como modelos de comunidades sustentáveis, a RFS e seus integrantes buscam fomentar qualidades já existentes nas favelas fluminenses e agir para realizar a justiça climática.
Aliados Desde os Materiais ao Serviço de Instalação
A AMAC é a terceira organização integrante da Rede Favela Sustentável a realizar uma instalação de sistema fotovoltaico junto da RFS, assim se tornando embaixadora de energia solar nas favelas. Instalações anteriores foram realizadas na Ser Alzira de Aleluia (Vidigal) em 2021 e Cooperativa Vale Encantado (Alto da Boa Vista) em 2022. Em cada instância de instalação, diversos parceiros se unem para realizar a ação.
“[As instalações solares em sedes de organizações-referência de favela] são projetos pilotos que podem ser replicados, se tornarem exemplos de políticas públicas.” — Gisele Moura, Coordenadora da Equipe de Gestão da Rede Favela Sustentável
No caso da instalação de 2023 na AMAC, os treinamentos aos instaladores foram realizados pela referência carioca, Solarize Treinamentos Profissionais, empresa também ativa como aliada técnica no eixo de justiça energética da RFS. Os materiais foram todos doados: a empresa AE Solar doou os módulos, a SMA o inversor, a Clamper os dispositivos de proteção contra surtos, a Solar Group as estruturas, a Almax Energia as ferramentas, e a Bold Energy entrou como distribuidora dos módulos. A instrução foi realizada pela Solarize, que assinou o projeto elétrico e conduziu o processo frente à concessionária. O equipamento foi instalado por técnicos da comunidade, capacitados pela Solarize, para que a própria comunidade possa manter o sistema e gerar renda com essa nova profissão.
“Estamos em uma ONG de mulheres para mulheres, para famílias. Este foco é muito importante, elas precisam de energia mais barata, precisam dessa economia para continuar oferecendo o essencial trabalho que dão para suas comunidades.” — Hans Rauschmayer, Solarize Treinamentos Profissionais
Dentre os capacitados, está Edize Maria Santos, moradora da comunidade vizinha, no Cangulo, em Duque de Caxias, cuja profissão é instaladora domiciliar.
“A energia solar tem tudo para dar certo em nosso país. [Mas] depende da boa vontade dos governantes e das [concessionárias] de energia, porque realmente não é interesse deles… [que a] população [fique] independente da energia deles. Vamos torcer para dar tudo certo, para a gente estar aí com energia solar nas comunidades, nas favelas, na Amazônia..” — Edize Maria Santos, instaladora domiciliar capacitada como instaladora fotovoltaica por ocasião da implementação do sistema na sede da AMAC
Em paralelo ao processo de preparo e instalação, foi realizado um minicurso para embaixadores solares da Rede Favela Sustentável, pela Revolusolar, outra integrante do eixo de justiça energética desde o começo da RFS. A organização se formou na comunidade Babilônia/Chapéu-Mangueira, complexo de favelas da Zona Sul do Rio de Janeiro, e hoje atua em locais pela cidade e pelo país. No primeiro dia da instalação, 12 de agosto, 20 mobilizadores de outras favelas da RFS estiveram presentes na AMAC para acompanhar o processo de instalação e levar o conhecimento de volta para os seus territórios. Este foi o momento final do minicurso, e serviu para apresentarem suas visões futuras para a energia solar em seus respectivos territórios.
“Foi um impacto muito grande chegar aqui e ver as placas de perto. Só tínhamos visto online. A potencialidade da energia solar pros territórios favelados e periféricos é enorme, é muito importante, traz brilhos pros olhos.” — Matheus Edson, educador social de Rio das Pedras
A AMAC, Solarize, Revolusolar e todos os integrantes da RFS envolvidos nesta bela construção convidam o público para a coletiva de imprensa e lançamento oficial do sistema fotovoltaico da comunidade Dique da Vila Alzira, no domingo, 17 de setembro, às 9h. Para se inscrever, clique aqui.
“Existe energia solar dentro da favela, de verdade! Não é ninguém me contando, sou eu que estou vivendo. A gente viu como uma placa solar mudou uma comunidade inteira, trazendo uma inovação não pra comunidade, mas pro estado do rio inteiro.” — Gabriel Souza
CONTATO PARA IMPRENSA
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Assista ao Vídeo Acima e Embute na Sua Matéria, Aqui.
AGENDA DA COLETIVA NO DIA 17/09
- 9h CAFÉ coletivo
- 10h COLETIVA de imprensa
- 12h ENCERRAMENTO
Veja aqui as fotos da instalação das placas fotovoltaicas na sede da AMAC:
*A Rede Favela Sustentável (RFS) e o RioOnWatch são articulados pela Comunidades Catalisadoras (ComCat)