Com o final das eleições de primeiro turno, moradores reclamam da poluição que foi feita durante a propaganda de candidatos. Panfletos, placas, banners, estandartes e cavalete. Com a propaganda eleitoral liberada, políticos não mediram esforços para conquistar votos.
Na Baixada Fluminense, é impossível esquecer que se está em período eleitoral. Como se trata de uma periferia, e a fiscalização é rara, alguns candidatos aproveitam para burlar as leis eleitorais e fazer propaganda de forma arbitrária. Em Nova Iguaçu, santinhos, cavaletes e placas ocupam praças, ruas e calçadas. Além de enfeiar a paisagem, a propaganda ainda atrapalha a circulação de pessoas.
“É placa pra tudo quanto é lugar, praças, postes, cercas etc. O calçadão esta tomado de santinho no chão, tá parecendo um tapete de tanto papel. Revoltante. Penso que se um candidato é capaz de sujar a cidade assim, ele não é capaz de realizar uma boa gestão pública”, reclamou Natália Vieira, 22 anos.
Na última sexta-feira, santinhos e panfletos ocupavam a esquina de uma rua bastante movimentada em Nova Iguaçu. Segundo relato de moradores, algumas das propagandas móveis não são retiradas às 22h, como prevê a lei. “Vejo placas por todos os lados. Elas impedem que a gente passe com carrinho de bebê, com carrinho de compras. Os políticos antes mesmo de serem eleitos já atrapalham nossa vida”, relata Sueli da Silva, 59 anos.
De acordo com a Lei Eleitoral nº 9.504/97, art. 37, § 6º, “são permitidos cavaletes, bonecos, cartazes, mesas para distribuição de material de campanha e bandeiras ao longo das vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom andamento do trânsito de pessoas e veículos”. Para evitar esse transtorno, é importante que os moradores denunciem, mesmo no segundo turno. O disque-denúncia funciona no telefone 2253-1177 ou no site do TRE-RJ. Há também no site uma cartilha que ilustra o que pode e o que não pode na propaganda eleitoral.
Em favelas e outras periferias do Rio de Janeiro não é diferente. De acordo com o TRE, até agora, cerca de 8 mil denúncias já foram feitas: a maioria sobre propaganda irregular. Segundo reportagem publicado no jornal O Dia, no dia 29/09/2014, moradores de favelas frequentemente relatam a suposta ação de organizações criminosas com políticos. Na Rocinha, por exemplo, onde o TRE já recolheu sete toneladas, moradores denunciaram a articulação entre líderes do tráfico de drogas e associações de moradores.