Novos Horizontes

Um retrato de Dandara dos Santos, por Woaiza Kelly, ambas participantes do curso de Jornalismo da ComCat e novas autoras do favela.info.

Dandara Souza dos Santos é uma carioca de 22 anos de idade, leonina, moradora do Complexo do Dendê, na Ilha do Governador. Determinada e decidida, vai atrás de seus sonhos e luta para que a comunidade onde nasceu e mora até hoje venha a ter mais projetos culturais e mais diversão. Estudante do ensino público desde criança, está no último período de jornalismo da Estácio de Sá, beneficiada com uma bolsa do ProUni.

Sua infância foi calma, dentro de casa. Filha única, só saía de casa com os pais. Apesar da mídia falar que o complexo onde mora é perigoso, ela discorda totalmente. “Sempre circulei altar horas da noite pela comunidade e nunca aconteceu nada comigo”, diz ela, que por diversas vezes levou os amigos da faculdade para sua casa. Mora com os pais e uma cadela chamada Xeylla. Tem muitos colegas na faculdade, que suprem a necessidade de estar sempre no lar.

Fez diversos cursos profissionalizantes, tais como técnico em computação e técnico em edição de VT. Curte a Lapa, cerveja com os amigos, cinema, futebol, MPB – “para relaxar” – e funk – “para dançar”. Adora conhecer locais novos. É botafoguense por influência do ex-namorado, que fazia parte de uma torcida organizada e a levava em todas as partidas. Atualmente está solteira. “Meu namorado acabou comigo há dois meses”, lamenta. Coincidência ou não, o mesmo palco do namoro tornou-se o lugar onde agora trabalha como guia nos finais de semana.

Não conhece muito sua comunidade, por não ter tempo disponível. “Mas as pessoas de lá são muito receptivas. E apesar de não terem muito lazer, elas encontram alternativas para se divertir.” Ir ao cabeleireiro, que só abre à noite, é uma dessas maneiras de diversão. Como as kombis e as vans que oferecem transporte alternativo na sua área aceitam Rio-Card, abrem um leque de opções culturais para os moradores. Ela acredita que o curso da ComCat vai enriquecer seu currículo e ajudar sua comunidade e fazer novas amizades. “Acho que o curso abriu novos horizontes para mim”, diz ela, sempre com um sorriso no rosto.

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