Vila Laboriaux Transforma Terreno Baldio em uma Floresta Comestível

Click Here for English

No dia 6 de dezembro, mais de vinte moradores e colaboradores reuniram-se na Vila Laboriaux para plantar e revitalizar um terreno baldio localizado em um dos pontos mais altos da comunidade. Depois de ter sido ameaçada de remoção, a pequena comunidade na fronteira com o Parque Nacional da Tijuca na parte superior da Rocinha continua a implementar o desenvolvimento e aperfeiçoamento da comunidade com projetos sustentáveis que conectam os moradores com seu ambiente ao redor.

A organização sem fins lucrativos Favela Verde trabalha visando a inclusão social e a sustentabilidade em estreita colaboração com os moradores em projetos de ecoturismo de base comunitária, trilhas locais em colaboração com o Parque Nacional da Tijuca e noites de cinema ao ar livre com foco no meio ambiente. O  projeto socioambiental da Vila Laboriaux é transformar um terreno previamente coberto de ervas daninhas em uma floresta urbana de alimentos, que será acessível para a comunidade.

Após chuvas pesadas durante abril de 2010, a Vila Laboriaux sofreu danos significativos, incluindo a destruição de casas que ocupavam este terreno anteriormente. Desde então, a área permaneceu vazia. Agora moradores e colaboradores estão trabalhando para transformar o valioso espaço em algo produtivo para a comunidade.

Laboriaux-garden-project-brainstorm-e1449838584669

O evento de domingo foi um esforço colaborativo oferecido pelo Favela Verde, a Associação de Moradores da Vila Laboriaux e Vila Cruzado, o Projeto Capim Limão da UFRJ, o grupo de ecoturismo comunitário Caminhos do Largato, a empresa de turismo Tapéporã  e o MASK, um grupo de educação e ecoturismo. O evento da tarde foi descontraído e inclusivo. No início dos trabalhos, os participantes se reuniram para se apresentar e partilhar as suas metas pessoais para o dia, bem como a forma como eles estavam se sentindo naquele momento. A energia positiva e entusiasmo com o projeto foram unânimes. “Estou me sentindo muito feliz em receber todo mundo aqui, essa é a primeiro ação desse projeto legal“, disse Henrique Nascimento, um dos organizadores da Favela Verde e Tapéporã.

O objetivo é criar uma floresta de alimentos com base em técnicas agroflorestais. Plantas comestíveis do jardim incluirão: abacate, milho, feijão, banana e inhame. O mobilizador do Favela Verde, Wallace Mesquita, explicou: “O que a gente quer fazer aqui é uma sistema onde a gente não tenha a necessidade de interferir, o próprio sistema se cuida… essa é a conceito da permacultura, a agrofloresta compartilha dessa dinâmica, uma dinâmica de autossuficiência, uma floresta auto-suficiente“.

Laboriaux-edible-garden

O grupo pensou, coletivamente, em idéias e tarefas para o dia, que incluiu a mistura e preparação da terra removendo o lixo do terreno, identificando as plantas comestíveis para o jardim, fazendo as placas e mantendo as plantas e os participantes hidratados. Henrique Nascimento enfatizou que as atividades do dia devem ser “auto-organizadas”.  Ao invés de uma pessoa dirigir e supervisionar as tarefas, cada pessoa estava responsável por contribuir da forma que queria e se sentisse mais confortável. Todas as tarefas selecionadas da lista de trabalho, que foram pensadas coletivamente, começaram a transformar o espaço. Durante a tarde, mais pessoas se juntaram ao trabalho e jovens moradores passavam por perto e paravam para dar uma olhada nos progressos realizados.

Localizado junto a uma escola, a esperança é que o jardim seja um ponto de entrada para a incorporação da educação ambiental no currículo dos alunos. O jardim comestível tem o potencial de ser uma fonte de alimento e de conhecimento.

Laboriaux-edible-garden-project-620x264

“Eu quero que seja um lugar bonito para visitar. A gente vai ter muito orgulho dessa horta“, disse o morador e integrante do Favela Verde, Diogo Barbosa.

No topo dos esforços colaborativos anteriores, a Vila Laboriaux está cultivando um senso de comunidade e de espaço compartilhado através deste mais recente projeto.