Enquanto os ingressos dos Jogos Olímpicos foram vendidos a preços proibitivos para uma grande parcela dos cariocas, no dia 17 de agosto, o membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) e chefe dos Jogos Olímpicos Europeus, Patrick Hickey foi preso no Rio de Janeiro por envolvimento em um escândalo de venda ilegal de ingressos.
Esse incidente pouco faz para ajudar a reputação do COI e do movimento Olímpico no Brasil, onde protestos antes e durante os Jogos tiveram como alvo o revezamento da Tocha Olímpica e mais zombarias com os símbolos do COI, e mesmo no exterior onde as críticas dos atletas vêm crescendo. Mas o quanto se sabe sobre o funcionamento interno do COI e suas finanças? Quem faz parte desse bando elitista de tomadores de decisão que recebem US$900, por cada dia para seus gastos durante os Jogos, e cujas escolhas afetam permanentemente os tecidos urbanos em todo o mundo? Os seguintes infográficos são projetados para dar um retrato instantâneo de alguns dos fundamentos do COI, do corpo administrativo e de governança dos Jogos Olímpicos, e do “movimento Olímpico” em geral.
Quem são os membros do COI?
De onde são os membros do COI?
Quais são as afiliações de negócios dos membros do COI?
Os dados abaixo foram coletados das biografias dos membros do COI disponíveis no site do COI. Nota-se que muitos dos membros do COI listaram múltiplas categorias de experiência prévia em suas biografias.
Como o COI é estruturado?
O diagrama abaixo é uma aproximação da estrutura administrativa do COI, reconstruída a partir do site da organização. O corpo é conduzido por um comitê executivo composto de um presidente, quatro vice-presidentes, e dez outros membros rotativos. Os membros restantes do COI dirigem várias comissões (amarelo). Essa estrutura é separada da estrutura da equipe operacional do movimento Olímpico (verde-azulado), sob o diretor-geral do COI. O COI criou o Serviço Olímpico de Transmissão (roxo) em 2001 para fiscalizar o seu império da mídia. Também estão retratadas as várias entidades corporativas (laranja) e as entidades organizadoras regionais (azul) que constroem e executam o empreendimento Olímpico.
De onde vem a receita olímpica?
Como a receita de transmissão cresceu ao longo do tempo?
Atualmente nos EUA, a NBC detém um contrato de US$8 bilhões pelos direitos exclusivos de transmitir as Olimpíadas até 2032.
Como é distribuído o lucro?
Esse é um grande problema–com o crescimento das receitas de transmissão Olímpica, uma porção cada vez maior desse lucro é capturado pelo COI em vez do Comitê Olímpico Organizador ou outros órgãos administrativos locais.
Como os gastos reais com os megaeventos podem ser comparados com as despesas orçadas?
Quem ainda quer se dispor a isso?
Aqui nós vemos o declínio geral do interesse em sediar os Jogos Olímpicos ao longo das últimas duas décadas. Note que esse gráfico não inclui requerentes que cancelaram sua candidatura antes que os candidatos fossem escolhidos, nem candidatos que desistiram antes que a oferta fosse concedida.
Esses infográficos foram adaptados de um projeto de tese de mestrado intitulado Olympic Extrastagecraft: Spectacular Development and Dissent in Rio de Janeiro and New York City, 2016, (Grande Encenação Olímpica: O Desenvolvimento Espetacular e a Dissidência no Rio de Janeiro e em Nova York, 2016), escrito em solidariedade às populações locais das cidades-sede Olímpicas por Drew Vanderburg para o Mestrado de Design e Ecologia Urbana na Nova Escola de Design de Parsons.