Veja a matéria original por Edith Honan em inglês no Reuters aqui.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, lançou um plano, na segunda-feira [5 de maio], para criar e preservar 200 mil unidades de habitação a preços acessíveis para a próxima década–uma peça central na sua estratégia para enfrentar a desigualdade econômica na maior cidade do país.
A proposta, do prefeito progressista, que exige um investimento de 41 milhões de dólares para construir 80.000 unidades e preservar mais de 120.000, proporcionará habitação para mais de meio milhão de nova-iorquinos.
O plano requer que a Prefeitura direcione os terrenos vagos e subutilizados, agilize novas oportunidades de desenvolvimento e acelere construções acessíveis. O financiamento proposto para o plano prevê 8 bilhões de dólares do município, 3 bilhões de dólares em gastos estaduais e federais, e outros US$30 bilhões em dinheiro privado.
“Nós temos uma crise de acessibilidade [de preços] em nossas mãos. Ela toca a todos, desde da parte inferior na escala econômica, até o topo da classe média”, disse de Blasio. “E por isso estamos mesclando todos as partes do governo e do setor privado em uma resposta sem precedentes”.
De Blasio, que tomou posse em janeiro como primeiro prefeito democrata da cidade em duas décadas, fez campanha para o cargo condenando o “conto de duas cidades”, que tem emergido por Nova York estar vivenciando um fosso cada vez maior entre ricos e pobres.
Um relatório divulgado no mês passado pelo Controlador de Nova York, Scott Stringer, descobriu que quase metade de todos os nova-iorquinos gastam mais de 30% de sua renda com habitação, enquanto um terço gasta pelo menos a metade em habitação.
De 2000 a 2012, o preço do aluguel médio em Nova York subiu 75%, contra 44% no resto do país, enquanto que os rendimentos reais dos nova-iorquinos declinaram, disse o relatório.
Em alguns bairros, como Williamsburg, Greenpoint e Fort Greene, no Brooklyn, que viu um crescente afluxo de jovens profissionais de Manhattan, as rendas médias reais e os aluguéis aumentaram em 50% ou mais, segundo o relatório.
Enquanto isso, a população dos abrigos da cidade fica em mais de 52.000, incluindo mais de 22.000 crianças–um recorde histórico.
O Secretário Shaun Donovan do Departamento Americano de Habitação e Desenvolvimento Urbano aplaudiu o plano “ambicioso” de Blasio, de acordo com um comunicado divulgado por ele.
Steven Spinola, presidente do Conselho Imobiliário de Nova York, um grupo do setor, chamou o plano de um “roteiro realista”.