No dia 11 de abril, a segunda de várias comemorações planejadas no Vidigal pelo seu aniversário de 75 anos, ocorreu com o evento SUBA Vidigal. O grupo SUBA (Subversiva União Brasileira de Artistas) dedicou o evento que reúne artistas, músicos, poetas, circenses e pensadores aos 75 anos do Vidigal.
Uma festa periódica na comunidade, SUBA normalmente ocorre no teatro do Vidigal. Esta foi a primeira vez que a festa se deu no Centro Cultural da comunidade. A troca foi feita pela Associação de Moradores do Vidigal visando a revitalização do Centro Cultural, iniciando uma nova política cultural na comunidade.
André Gosi, diretor cultural e social da Associação, explica que “o futuro do Vidigal significa também olhar para o passado; o Vidigal dos anos 80 era muito bom! Nós queremos reanimar essa identidade, dar uma olhada para essa origem. É muito importante sair do traumatismo e do medo com projetos de arte, de festa, para revitalizar o Vidigal”.
Com essas intenções, o primeiro passo é renovar o Centro Cultural que está inativo há mais de 20 anos e que tem sido usado somente para acolher eventos na quadra externa. Degradado, a Associação vê uma pequena reforma do prédio como necessária. Assim que concluídas, novas atividades culturais poderão ser implementadas. Como aulas de culinária brasileira e muito mais, o objetivo é tornar o Centro Cultural um novo point central do morro, já que sua localização é ótima e oferece espaço suficiente para hospedar várias atividades. Simbolicamente, a reforma também significaria uma desmistificação do Largo do Santinho, que a tempos sofre com má reputação.
O evento recebeu cerca de 300 pessoas e vários tipos de arte: música, teatro, e principalmente poesia. O evento começou às 22h com música tocada pelo DJ Marcelo Melo que abriu o evento para vários poetas como Marco Lyrio e Manoel Herculano. Os poetas contaram histórias, através de poemas, cheias de humanidade e de alma brasileira. Manoel Herculano, ator e poeta contou um pouco sobre sua arte: “Eu trabalho muito com peças de teatro. Meus poemas jogam muito com rimas e ritmo, para que elas pareçam quase uma canção e para que a melodia cative a atenção do público. Como diz o meu poema: ‘Sou do Rio Maranhão. Faz parte da minha crença. Chegar ao som de uma canção’. Essa identidade maranhense me inspira muito. Minha cidade, São Luis, tem uma tradição cultural bem própria porque é a única capital que foi fundada pelos franceses, assim tem muita ligação com a cultura francesa”.
Depois da poesia, a noite toda foi dedicada à música. A Casa de Swing e outras bandas tocaram até as quatro da manhã. Casa de Swing é originária do Vidigal. O objetivo de projetos deste tipo é trabalhar para que a juventude da comunidade se aproprie da vida cultural porque grande parte do público desse tipo de evento vem de fora, e não do Vidigal. Com isso a Associação de Moradores está planejando uma programação bastante rica que tem como objetivo abraçar o público do morro.
O próximo evento será a Feira de Artesões do Vidigal nos dias 2, 3 e 9 de maio. O objetivo é trazer visibilidade aos artesões do morro e favorecer o comércio local. O evento será realizado em colaboração com a loja Mundo Vidigal que organiza a Festa de Artesões Mundo Vidigal, que acontece todo mês. Diversos eventos culturais estão programados ao longo do ano.