Um retrato de Dandara Rodrigues por Glenda Fernandes, participantes do curso de Jornalismo da ComCat e novas autoras do favela.info.
Dandara Rodrigues tem 24 anos e uma filha de três anos chamada Unaí. Essa mulher com nome de guerreira e caminhar audaz me contou sua história enquanto nos protegíamos da chuva fumando um cigarro.
Só conheceu o pai na adolescência, mas talvez fosse melhor não tê-lo procurado. “Ele meio que não teve muito interesse na aproximação”, conta ela, que foi educada pela mãe e pelos irmãos.
Quando criança morava num condomínio de classe média em Vila Isabel, onde foi apresentada ao preconceito racial. “Os vizinhos diziam que nós éramos os únicos negros que moravam ali.” Viveu, no entanto, uma situação diametralmente oposta na escola. “Eu e minhas amigas éramos as panteras negras do colégio, lindas e poderosas.” A boa educação dada pela mãe lhe permitiu transitar não apenas por esses dois universos, mas também para a favela do Jacarezinho, para onde se mudaram.
A mãe, que é professora, trabalhava em tempo integral. “Por isso, ficava muito em casa com meus irmãos”, lembra.
A sexualidade desabrochou de forma saudável e livre, mas se assustou quando se viu grávida e foi consultar as pessoas que considerava importantes e participantes daquele processo: a mãe e os pais de seu companheiro da época. Iria abortar? Iria ter a criança? “Elas me apoiaram e graças a elas tive uma gravidez magnífica”, conta. Tem um bom relacionamento com a mãe, e apesar de buscar sua independência, ainda vive com a coroa.
Dandara respira arte, já circulou pelos quatro cantos da cidade, chegou a participar da produção de figurino do 5X Favela II, Agora por nós mesmos. Já fez dança, teatro, cinema…. Agora fazendo esse curso de jornalismo pretende se munir de mais instrumentos para articulações artísticas e culturais…
Valeu Dandara….
Seja o primeiro a comentar