Na quarta-feira, 29 de julho, a Prefeitura do Rio lançou o primeiro Conselho da Juventude no Palácio da Cidade, em Botafogo. O Conselho da Juventude é um projeto da LAB.Rio, uma iniciativa recém-lançada da Prefeitura que pretende fornecer uma plataforma de diálogo entre a população e a Prefeitura.
O Conselho da Juventude deverá ter 100 participantes, de entre 14 e 29 anos de idade, oriundos de diferentes partes da região metropolitana do Rio. Os organizadores planejam formar um Conselho bastante diverso, com representação de grupos historicamente excluídos, incluindo jovens negros e indígenas. Com inscrições até 30 de agosto, mais de 600 pessoas já se inscreveram. Os jovens interessados devem enviar um vídeo de um minuto para a página oficial da candidatura, no qual devem propor um projeto positivo para a cidade.
O processo de seleção tem duas fases, com o principal objectivo de selecionar um conjunto diversificado de jovens adultos. Além de ter participantes de diferentes origens sócio-econômicas e raciais, a coordenadora do LAB.Rio, Thamyra Thâmara, também expressou o desejo da organização ter representantes de outros grupos minoritários, como a comunidade LGBT.
O Conselho pretende envolver a população mais jovem do Rio nas políticas públicas para pensarem sobre questões urbanas substanciais. Thamyra explica: “A gente vai pensar na cidade inteira do Rio de Janeiro com o olhar da juventude”.
O evento de lançamento apresentou um painel de discussão composto por cinco membros que foi moderado pelo coordenador do LAB.Rio, Luti Guedes. Os membros do painel incluíam o Secretário Executivo de Coordenação de Governo da Prefeitura, Pedro Paulo; a jornalista do Observatório de Favelas, Silvana Bahia; o jornalista do Coletivo Papo Reto e ativista do Complexo do Alemão, Raull Santiago; a escritora Ana Paula Lisboa do Complexo da Maré e Thamyra Thâmara.
Os participantes do painel enfatizaram a importância do engajamento da juventude e da coletividade nas políticas públicas. Eles expressaram total confiança na capacidade da juventude atual para criar efeitos positivos em suas comunidades. Conforme Thamyra explica: “A gente acredita que a juventude já participa, nas ruas, nos muros, e produz cultura para sua área”.
Seguindo a discussão do painel, o público levantou questões sobre o papel da juventude das favelas na participação nestas iniciativas e projetos governamentais. “Eu acredito que é importante considerar o jovem da favela porque normalmente a favela só é vista de forma negativa… [então é] uma coisa que pode ser construtiva [para a participação]”, disse Raull Santiago. Já no final, foi ressaltado o poder da Internet em mobilizar a juventude, bem como seu potencial para prover plataformas interessantes, de modo que a juventude participe das políticas públicas.