Três meses após o assassinato da defensora de direitos humanos e Vereadora Marielle Franco, a Anistia Internacional realizou um protesto ontem, 13 de junho, em frente ao Ministério Público do Rio de Janeiro. O objetivo do evento era convocar o Ministério Público para assumir maior controle sobre a investigação do assassinato da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes, aplicando plenamente seu poder independente e seus recursos para resolução de crimes.
“Três meses se passaram desde que Marielle foi brutalmente tirada de nós, e não estamos mais perto de saber quem a matou e por quê. Essa falta de justiça é insuportável para seus entes queridos, para aqueles que trabalharam ao lado dela, e outros defensores dos direitos humanos que estão em alerta e com medo”, escreveu Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil.
O fotógrafo Antoine Horenbeek capturou cenas do protesto da Anistia Internacional para o RioOnWatch.
O protesto
Em frente à sede do Ministério Público do Rio, no Centro da cidade, os manifestantes exibiam cartazes onde se lia: “3 meses sem resposta.”
A viúva de Marielle Franco, Mônica Benício, também participou do protesto.
Bruno Duarte da Anistia Internacional se juntou a Mônica Benício na porta do prédio do Ministério Público: “3 meses sem Marielle. 3 meses sem respostas”.
O pai de Marielle, Antonio Francisco da Silva, com Mônica Benício: “Quem matou Marielle Franco? 3 meses sem Marielle.”
Barulhaço por Marielle
Um carro com grandes alto-falantes circulou, em frente ao prédio, divulgando gravações de discursos que Marielle fez na Câmara Municipal. Os participantes sopravam vuvuzelas e distribuíram panfletos pedindo um “barulhaço por Marielle”, com o objetivo de garantir que o público mantenha a pressão sobre os investigadores para encontrarem os responsáveis por sua morte.
Visibilidade na mídia
Renata Neder, uma das coordenadoras da Anistia Internacional Brasil, deu uma entrevista na TV para manter a pressão sobre a investigação da morte de Marielle Franco.
A Reunião
No final da manhã, o Procurador Geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, recebeu a família de Marielle e os coordenadores da Anistia Internacional em seu escritório.
Marinete da Silva, mãe de Marielle.
Eduardo Gussem justificou o tempo levado pela investigação devido à sua complexidade, e no fato de que o assassinato foi um crime bem organizado e premeditado. Ele também descreveu Marielle Franco como uma das maiores defensoras dos direitos humanos de nossa época.