Reunindo 1300 pessoas no sábado, 18 de outubro, na Fundição Progresso, Lapa, Centro do Rio de Janeiro, o 2º Festival Favela Sustentável trouxe 140 atividades em uma grande troca de conhecimentos e tecnologias ancestrais de 100 favelas e com o grande público. Atuando desde 2017, a Rede Favela Sustentável (RFS)*, organizadora do evento, é hoje composta por 1000 integrantes de mais de 300 favelas na luta por justiça climática. Além desta cobertura oficial do 2º Festival Favela Sustentável, publicamos também duas coberturas complementares, uma sobre atividades de soberania alimentar e outra sobre atividades de educação ambiental.
Um dos destaques do 2º Festival Favela Sustentável foi o lançamento da Carta Cop30 das Favelas. O manifesto é uma construção coletiva de mais de 100 integrantes e aliados técnicos, com o objetivo de reivindicar o protagonismo das favelas, comunidades tradicionais e periféricas na 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, um evento global de negociações e discussões sobre ações para combater as mudanças climáticas que acontecerá no Brasil, em Belém do Pará, entre 10-21 de novembro.
O evento foi aberto por Theresa Williamson, diretora executiva da Comunidades Catalisadoras (ComCat)*, organização que mantém a equipe de gestão da Rede Favela Sustentável, e por Thaysa Santos, assessora de logística e integrante-ponte da Rede Favela Sustentável, que saudaram todos os presentes e orientaram sobre os espaços e extensa programação de atividades que iriam transcorrer ao longo do dia. Logo em seguida, o Grupo Misturidades de percussão intergeracional da Casa de Santa Ana, na Cidade de Deus, deu início às atividades culturais.

Apresentações Culturais
Durante todo o dia, inúmeras apresentações culturais ocorreram no palco principal do 2º Festival Favela Sustentável, como: Grupo Misturidades de percussão intergeracional (Casa de Santa Ana/Cidade de Deus); peças teatrais: Rainha do Quariterê, do Brasil, do Mundo! e E Se a Gente Não Parar? (CDDH Petrópolis); Funk e Meio Ambiente (#EstudeoFunk); balé com coreografia História do Bailarino Negro da Comunidade que Dança em Broadway (Cia. de Dança Juliana Coelho/Cordovil); Raiz de Baobá (Centro Humanitário Abebé de Ouro-CHAO/Maricá); Sarau Literário (Sarau Ciranda/Rocinha); Eddi MC apresentando a cultura hip-hop (Baixada Nunca Se Rende); 180 NELES! (Ocupação Cultural Artística do Viradouro (OCA)/Complexo do Viradouro, em Niterói); e o Bloco Afro Òrúnmilá (Grupo Afro Cultural Òrúnmilá/Morro da Mineira).
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Stands, Feira e Oficinas de Economia Solidária
Os stands, feira e oficinas de economia solidária aconteceram ao longo de todo o dia no Espaço Feirante, com 50 barracas dedicadas à troca de informações, à venda de produtos e à valorização de experiências entre diversos coletivos populares e de favelas.
Uma das expositoras no 2º Festival Favela Sustentável, Ana Beatriz Serafim, do Morro da Coroa, realiza um trabalho que utiliza embalagens reaproveitadas de vidro para a construção de terrários.
“Essa ideia de trabalhar com a reciclagem de vidros surgiu de uma cozinha que eu trabalhava e se jogava muito fora as embalagens de molho de tomate. Tive a ideia de fazer o terrário, porque anteriormente eu já tinha feito um curso de jardinagem, de meio ambiente, e eu comecei a pesquisar e vi que o vidro é pouco reciclado no Brasil. E o vidro é um grande problema, porque ele leva até um milhão de anos para se recuperar na natureza, é o material que mais demora. E eu acho muito importante que se crie o hábito da reciclagem, da reutilização, ao invés de fazer mais produtos gastando mais energia da natureza. E esse projeto veio através disso. Não só como uma segunda fonte de renda, mas também pensando na questão da sustentabilidade da reciclagem, do aproveitamento.” — Ana Beatriz Serafim

Alguns Participantes do Espaço Feirante: Exposição de Artesanato Reciclável (Artesanato da Nete/Acari); Varal do Desejo e Chamada para Ação “Seja um Agente do Luxo do Lixo” (Luxo do Lixo/Complexo da Penha); Reconstruindo Sonhos (Coletivo Sustentável Juntas/Favela do Muquiço, em Marechal Hermes); O Planeta Pede Socorro (45GERJ/Olaria); Exposição de Terrários de Embalagens Reutilizadas (Morro da Coroa); Rede MUF (Museu de Favela/Complexo do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo); Trançando com Arte (Poder de Preta/UNDEKE/Inhaúma); Upcycle: Oficina de Laços com Tecidos Ressignificados para Mulheres (Edixe Laços Sociais/Campos Elíseos); Oficina de Estêncil (Museu da Maré); Arte e Entre Saberes, Aromas e Sabores: Degustação e Dinâmica (Projeto Espaço Verde Horta/Niterói); Exposição Ver e Sentir (Favela Art/Complexo do Alemão); Aproveita e Faz Bonito (CDDH Petrópolis); Vendas de Produtos Naturais e Artesanais (Terra Afetiva/São João de Meriti); Feira Sustentável (Associação Comunitária Colo de Mãe (Acolo/Madureira); Moda Consciente de Cria Baixada (Recriar/Semear/Luz); Colar do Guardião (Sementes da Terra/Complexo do 18, em Piedade); Ana Crochê (Recanto da Areinha/Rio das Pedras); Sabão Sustentável (Recanto da Areinha/Rio das Pedras); Bazar Solidário “Porque Reciclar é um Ato de Amor” (Recanto da Areinha/Rio das Pedras); Malu’s Vintage (Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas/Irajá); Exposição de Artesanatos Sustentáveis (Marias em Ação/Vila Kennedy); Relíquia EcoModa (Favela In/Rocinha); Roupas Sustentáveis (Galeria de Heróis e Grupo Instrumental de Capoeira Projeto Vila Esperança/Furquim Mendes); Maria Biju (Movimento de Mulheres Maria Pimentel Marinho/Itacolomi); Biojoias, Upcycle e Bolsas Afro (Coletivo Mulheres D’art/Ladeira do Ascurra); Venda de Ecobolsas, Sacolas Ecológicas e Bijuterias Sustentáveis (Instituto Rio das Pedras); Artes Produzidas pela Iniciativa Zona Norte (Rede de Comunidades Saudáveis); Projeto de Vida Sustentável (Porto da Pedra/São Gonçalo); Produtos das Artesãs da Comunidade Complexo da Coruja/Covanca (UNIFAMAERJ e Fórum Ecosol/São Gonçalo); Feira Ecosol (Ecosol/SG); Fórum Afroindígena (Ponto de Cultura Ofarere Cultural/Tijuquinha); Feira Negríndia (Ponto de Cultura Ofarere Cultural/Tijuquinha); Feira de Povos Tradicionais de Matrizes Africanas (Instituto Terreiro Sustentável/Sepetiba); Olodes Agroecológicos (Coletiva Hortelã, Feira da Roça de Vargem Grande e Teia de Solidariedade da Zona Oeste); Feira de Hortaliças (Agro-Cultura Fórmula Mágica da Paz/Conjunto Haroldo de Andrade IV, Barros Filho); Segurança Alimentar e Sustentabilidade (Horta Social para a Terceira Idade/Arará); Aproveitando e Costurando (Movimento de Mulheres do Parque Horácio/Arará); Confeitaria Duquesa Festeira (Movimento de Mulheres Divas da Vida+/Serrinha); e Chopp do Raízes do Brasil (Movimento dos Pequenos Agricultores).
Navegue pelo Álbum do Espaço Feirante e de Saúde e Alimentação no 2º Festival Favela Sustentável:
Espaço Saúde e Alimentação
O novo espaço voltado à saúde e à alimentação saudável possibilitou que coletivos de favelas oferecessem almoços agroecológicos, além de promover rodas de conversa e atividades sobre alimentação saudável, produção de alimentos orgânicos, atividades de reconexão com a natureza e cuidados com a terra, manutenção da saúde, oficinas de bicicleta, dinâmicas corporais e de canto, capoeira, jogo de educação ambiental e gestão de resíduos.
Carlos Greenbike, da Associação Pedala Queimados, facilitou a oficina Bike de Cria, que envolveu as crianças em uma atividade lúdica, inclusive uma oficina para ensinar pequenos reparos nas bikes.
“A oficina Bike de Cria proporciona uma oportunidade lúdica para as crianças como protagonistas. A bicicleta, ela conversa com todo mundo, entendeu? Ano passado, teve uma menina da Providência que não sabia andar de bike. Esse ano a ideia é conversar com eles para entender qual é a relação deles com a bicicleta, se eles sabem, se eles não sabem e também fazer uma oficina de reparos. A bicicleta está na casa deles, furou o pneu, o que eles fazem? Eles esperam ter dinheiro para consertar ou podem fazer esse pequeno reparo e ter autonomia?” — Carlos Greenbike

Participantes do Espaço Saúde e Alimentação: Atividades de Reconexão com a Natureza (Coletivo Banho de Floresta RJ); Roda de Conversa e Oficina Bike de Cria (Pedala Queimados); Bora Criá (Casa Dois/Casa Branca); Promoção da Saúde com um Personal (Instituto Nacional Lar dos Sonhos/Vila Cruzeiro); Roda de Conversa com erveiras e erveiros do Salgueiro; De Mãos Dadas por Alimentos Melhores: Roda de Conversa com o CONSEA-Rio; Okàn Odò: Vivência Lúdica e Educativa para Crianças (Instituto Terreiro Sustentável/Sepetiba); Projeto Intergeracional Pequenas Hortas & Grandes Resultados (Casa de Santa Ana/Cidade de Deus); Oficina de Germinação e Produção de Brotos (Coletivo Raízes); Conversa de Vó na Cozinha (Doces Lembranças por Claudia Queiroga/Nova Campinas); Jogo de Educação Ambiental Climática ODS (Defensores do Planeta/Santa Cruz); Oficina de (Vermi)compostagem (Minhocário Arboreum); Donas da Agro: Plantas que Cuidam da Terra e de Nós (Associação Mulheres da Parada/Parada São Jorge); Capoeira em Ação (Galeria de Heróis e Grupo Instrumental de Capoeira Projeto Vila Esperança/Furquim Mendes); e Gestão Solidária de Resíduos (Lixo Zero/Coleta Seletiva Solidária/Praça Seca).
Exposições
O Espaço de Exposições trouxe a história de favelas e periferias para a visitação do público presente no 2º Festival Favela Sustentável. Foi possível visitar oito exposições e conversar com os moradores e idealizadores dos projetos. Estiveram presentes no espaço as exposições: Memória Climática das Favelas (dez favelas), Museu das Remoções (Vila Autódromo), Fragmentos da Memória (Cerro Corá Moradores em Movimento), Mulheres Guerreiras (Museu de Favela/Complexo do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo), Detetives da Baía — Ciência Cidadã em Ação (Ecomuseu de Sepetiba), Memórias da Maré (Museu da Maré), Rocinha: Um Percurso Histórico por Imagens (Museu Sankofa/Rocinha) e Mulheres de Pedra: 25 Anos Costurando Coletivamente (Coletiva Mulheres de Pedra/Pedra de Guaratiba).

Bianca Wild, do Ecomuseu de Sepetiba, apresentou uma atividade desenvolvida para escolas, chamada Detetives da Baía: Ciência Cidadã em Ação. Na atividade, que apresentava uma porção de areia altamente poluída da praia de Sepetiba, retirada pela COMLURB, os alunos eram desafiados a identificar o que seria natural ali e o que não seria.
“A gente coloca nessas caixas (que a gente chama de estações)… e os alunos das escolas que a gente atende [têm que] investigar esses resíduos e observar o que deveria estar naquele ecossistema e o que não deveria. Então, o que eles encontram são muitos resíduos plásticos, além da matéria orgânica em decomposição… O nosso objetivo é mostrar que um povo só preserva aquilo que ama e um povo só ama aquilo que conhece. Então, a gente quer mostrar para essas crianças, para esses alunos, que o lugar que eles vivem é rico em biodiversidade e rico em história, que é a quinta maior baía do Brasil e é o lar da maior população de botos cinza do mundo.” — Bianca Wild

Márcia Santos, do Coletivo Sementes da Terra, visitou a Exposição Memória Climática das Favelas e falou sobre a experiência.
“Eu acho, no meu entendimento, [que a exposição] mostra o que a gente não costuma ver de fato, mostra de dentro da comunidade. Mostrar a importância das memórias, de você conservar as memórias das lutas, dos territórios. Eu vi uma imagem ali das, acho que são as costureiras, do território Rio das Pedras, e me emocionou muito a luta de várias mulheres, mulheres como eu, periféricas, pretas, pobres, sabe, mas que fazem toda a diferença nos seus territórios. Isso tem que ser mostrado. Isso é muito importante, dá visibilidade a essas pessoas. E eu acho que isso, além da luta pela preservação, também é importante de ser mostrado pro mundo.” — Márcia Santos
Rodas de Conversa
As dezenas de rodas de conversa foram um momento de trocas entre moradores, mobilizadores e coletivos de favelas, e aliados: diálogos sobre soluções sustentáveis, pensadas pelas favelas e para as favelas. Participantes de diferentes comunidades puderam trocar experiências, desafios e soluções em torno de temas como meio ambiente, economia solidária, hortas urbanas, gestão de resíduos e garantia de direitos. O Projeto Termo Territorial Coletivo facilitou a roda “Direito à Terra e Justiça Climática: Inovando com o Termo Territorial Coletivo”, enquanto o RioOnWatch conversou com os presentes sobre o tema “RioOnWatch: Publique Sua Primeira Matéria Conosco, Sendo Cria ou Aliado”.
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Oficinas Manuais para Adultos e Crianças
O espaço onde aconteceram as oficinas manuais para adultos e crianças teve um fluxo contínuo de visitantes ao longo do dia, com atividades como: arte urbana, histórias de cordel, compostagem, mapeamento de paisagens emocionais, resgate de histórias e comunicação popular, biojóias, estações do ano e mudanças climáticas, artesanato, entre outras, em uma troca que envolveu muita criatividade.
Luiz Cassiano, da favela do Parque Arará, durante a atividade “Troca de Ideias com o Teto Verde Favela”, explicou a eficiência dos telhados verdes na redução de temperatura em casas de favela e como uma medida de baixo custo de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas, uma solução baseada na natureza que pode se expandir para outras favelas. Se utilizando de uma maquete de uma casa com teto verde, Cassiano conversou com o público sobre sua experiência no desenvolvimento dessa adaptação climática nas favelas.

Ilaci Oliveira, da Cooperativa Transvida, na Vila Cruzeiro, desenvolveu uma oficina de leitura para crianças.
“Estou aqui nesse momento lindo do 2° Festival Rede Favela Sustentável com incentivo à leitura. O que é incentivo à leitura? É quando você traz para a criança o desejo para que elas venham amar a palavra, amar um livro.” — Ilaci Oliveira

Oficinas e Atividades Participantes: Troca de Ideias com Teto Verde Favela (Parque Arará); Quando a Favela Inova: Regeneração e Inovação Social (Centro de Referência e Informação em Artes e Cultura Brasileira/Gamboa); Na Trilha das Invasoras: Soluções Socioambientais para o Controle de Espécies Exóticas Invasoras (Atelier do Agave); Oficina de Artesanato de Guirlanda Natalina (Museu de Favela/PPG); Exposição e Oficina sobre Solos (Embrapa Solos Programa Embrapa & Escola); Contar e Colorir: Histórias de Cordel para Crianças (Favela Art/Complexo do Alemão); Resgate de Histórias Periféricas (Agência Lume/Rio das Pedras); Criatividade, Resíduos e Natureza: Espaço entre Saberes, Aromas e Sabores — Degustação e Dinâmica (Projeto Espaço Verde Horta/Niterói); Exposição Interativa “Estações do Ano e o Impacto das Mudanças Climáticas” (Alfazendo/Eco Rede/Cidade de Deus); Oficina Cadernos Criativos (As Carolinas de Jacutinga/Mesquita); Alternativas Sustentáveis para Melhoria do Abastecimento de Água (Laboratório de Estudos de Águas Urbanas/UFRJ); Como Montar um Biodigestor Caseiro (Josefa Horta/Complexo do Alemão); Eu e o Espaço: Mapeamento da Paisagem Emocional (ONG Horizonte/Vidigal); ; Compostar é Devolver à Natureza o Que é Dela: Solo Forte, Futuro Fértil! (Girassol Insumos e Serviços Agroecológicos/Mangueira); Faça Sua Bandeira! (Lab Arremate/Duque de Caxias); Oficina de Arte Urbana (Guararapes); Territórios Criativos em Movimento: Inovação na Gestão Cultural (Centro de Referência e Informação em Artes e Cultura Brasileira/Gamboa); e Oficina de Biojoias (Sementes da Terra/Complexo do 18, em Piedade).
Espaços de Cura
Um dos espaços mais acessados é o de cuidados e autocuidados, voltado para atividades que visam saúde física, emocional e mental: o Espaço de Cura. No local, aconteceram rodas de conversa e atividades individuais e coletivas de atendimento com terapias alternativas para o público presente.
Flavio David, da comunidade do Parque da Cidade, na Gávea, do ColetivoFit, levou uma dinâmica de atividade física, ensinando o cuidado com o corpo.
“O objetivo é usar a bola e não o aparelho, tá bom? A ideia é programar o corpo, fortalecer as bases principais, que é a região pélvica, região de abdômen, região da coluna, região do peito. A gente sempre começa com o exercício de abdômen.” — Flavio David
Marcia Souza aplicou a Terapia Prânica (Museu de Favela/PPG), uma prática de realinhamento energético de cura para o corpo.
“Eu trouxe a técnica de cura prânica, que é o Pranic Healing, uma técnica que alinha, limpa os chakras, trazendo um equilíbrio para o corpo. São onze chakras que a gente trabalha, e a ideia é dar ao corpo caminhos para se autocurar, porque [nosso corpo] tem uma memória. Quando a gente se machuca, o corpo sara, mas nosso corpo tem essa memória e, às vezes, são as energias que estão ali estagnadas, os caminhos estão obstruídos, e o prana faz isso, ele limpa. Eu busquei o Pranic Healing para cuidar de mim, e deu tanto certo comigo que eu senti vontade de aprender e trazer isso para outras mulheres.” — Marcia Souza
Atividades de Cura: Exercícios e Práticas de Saúde (Coletivifit Atividade Física/Parque da Cidade); Terapia — Atividade de Cuidado e Autocuidado (Mulheres Cuidando Movimentando Territórios/Pedreira); Favela Cura — Terapia Integrativa (Museu de Favela/PPG); Oficina de Cura e Criatividade com Mães Atípicas e Outras Mulheres (Coletiva Mulheres de Pedra/Pedra de Guaratiba); Atividades e Práticas de Bem-estar em Tempos de Crise Climática (Projeto Naturalize o Bem Viver/Vigário Geral); “O Povo Cuidando do Povo em Diálogo com o SUS” (Fiocruz e Centro de Integração na Serra da Misericórdia/Complexo da Penha); Roda de Acolhimento “Desenvolvimento com Propósito, Caminhos Sustentáveis” (Favela In/Rocinha); “Trilhando Afrocuidado: Terapias Ancestrais” (Rede Makeda); Roda de Reconexão com a Natureza: Banho de Floresta e Outras Dinâmicas (Coletivo Banho de Floresta RJ); Terapia AcuSphera Healing (Museu de Favela/PPG); Práticas Integrativas de Saúde Ambiental (Marias em Ação/Vila Kennedy); “Escrevivências Poéticas Instantâneas” (Coletivo In-Put Ambiental); e Show Pocket “Músicas Anti-Stress” (Lomaritaka Música Periférica/São Gonçalo).
Navegue pelo Álbum do Espaço de Cura, Oficinas e Cineclube no 2º Festival Favela Sustentável:
Cineclube e Curso de GCD
No Cineclube, foram exibidos filmes como: Natureza e Sonhos, Raízes do Horto, Lixo? Não é Lixo! e Baixada Nunca se Rende. Além disso, o Instituto Decodifica facilitou o curso “Indicadores de Adaptação Climática: A Geração Cidadã de Dados Para Conectar o Global ao Local”, com Kayo Moura, coordenador de pesquisa do instituto, e Marcela Toledo, analista de pesquisa.
“A gente deu aqui a oficina de indicadores de adaptação climática, de Geração Cidadã de Dados (GCD), conectando local ao global. O objetivo da oficina foi, primeiro, apresentar a discussão sobre adaptação climática, pensando favelas e periferias como esses territórios que mais precisam de adaptação climática, e depois apresentar um pouco também o que são indicadores para que as pessoas, as lideranças e moradores tenham ferramenta para formular esses indicadores em diversas áreas temáticas. E a gente faz um exercício, que é pensar, trazer essas pessoas para pensar o Objetivo Global de Adaptação (GGA), trazendo ali esses eixos temáticos do GGA para a reflexão das pessoas dos territórios de como é que seriam as suas metas de adaptação, como é que seriam os indicadores para medir essas metas, conectando o global e o local.” — Kaio Moura

Filmes e Oficina: Oficinas “Lixo? Não é Lixo! No Caos, uma Oportunidade de Transformação” (PSSHA Haroldo Sustentável) e “Indicadores de Adaptação Climática: a geração cidadã de dados para conectar o global ao local” (Instituto Decodifica); mostra dos documentários Cine Atitude (ONG Atitude Social/Santa Marta), Raízes do Horto (Museu do Horto e Horto Natureza/Horto), Natureza e Sonhos (Favela Cineclube) e Baixada Nunca Se Rende.
Coletiva de Imprensa
A algumas semanas da COP30 em Belém, o lançamento oficial da Carta COP30 das Favelas ocorreu em coletiva de imprensa durante o 2º Festival Favela Sustentável com a presença de lideranças comunitárias, representantes de movimentos socioambientais, jornalistas e aliados técnicos.
O lançamento reforçou o papel das favelas, comunidades tradicionais e periféricas como protagonistas na construção de caminhos para a justiça climática.
“A gente está realizando essa coletiva três semanas antes da COP 30, onde decisões vão ser tomadas para garantir ou não a nossa permanência neste planeta e a justiça ambiental e a climática. Nosso festival hoje tem como foco soluções climáticas comunitárias. É urgente centralizar as favelas nesses debates. Essa vai ser a primeira COP com muita gente fazendo barulho sobre os impactos do clima em favelas, em outras áreas periféricas, marginalizadas, negligenciadas pelo Estado por vários motivos.” — Theresa Williamson

“Nenhuma decisão que afete o clima deve ser tomada sem que os maiores impactados—e suas soluções—estejam presentes no processo decisório. Nossa crise climática foi produzida pelo mesmo sistema dominador, centralizado, hierárquico e verticalizado que hoje governa as tomadas de decisão sobre o clima. No entanto, a solução para essa crise precisa envolver a todos. Todos nós fazemos parte da solução deste novo momento que o mundo enfrenta. Cobramos dos tomadores de decisão, justiça climática e econômica, frente aos reais impactos das mudanças climáticas em nossas comunidades. Nada que nos impacta deve ser decidido sem nós! Não existe futuro sem que as populações historicamente marginalizadas estejam no centro das decisões climáticas globais.” — Giovane Vieira
O 2° Festival Favela Sustentável reafirmou o seu papel de reunir soluções socioambientais inovadoras e fortalecer o protagonismo das favelas. Em especial, nessa edição, com o lançamento da Carta COP30 das Favelas, esse manifesto que defende a centralidade das favelas, comunidades tradicionais e marginalizadas nas decisões globais sobre o clima, coloca em definitivo a Rede Favela Sustentável como um espaço de articulação e incidência política, evidenciando que grandes soluções para a crise climática nascem nas favelas.
Guarde a data! A Rede Favela Sustentável já confirmou que o 3º Festival Favela Sustentável será no dia 17 de outubro de 2026. Será ainda mais imperdível! Já marque na agenda!
Além desta cobertura oficial do 2º Festival Favela Sustentável, publicamos também duas coberturas complementares, uma sobre atividades de soberania alimentar e outra sobre atividades de educação ambiental.
Veja o Álbum Oficial do 2º Festival Favela Sustentável no Flickr:
*O 2º Festival Favela Sustentável: Favela no Centro das Soluções Climáticas é realizado pela Rede Favela Sustentável com o apoio do re:arc institute e a parceria da Fundição Progresso e CEDAE. O evento de 2025 também fez parte de três outras agendas essenciais pré-COP na cidade do Rio de Janeiro: a Virada Sustentável RJ, a 15a Semana de Agricultura Carioca e o Outubro Urbano da ONU Habitat. A Rede Favela Sustentável (RFS), o Termo Territorial Coletivo (TTC) e o RioOnWatch são iniciativas gerenciadas pela organização sem fins lucrativos, Comunidades Catalisadoras (ComCat).
Sobre a autora: Bárbara Dias, cria de Bangu, possui licenciatura em Ciências Biológicas, mestrado em Educação Ambiental e atua como professora da rede pública desde 2006. É fotojornalista e trabalha também com fotografia documental. É comunicadora popular formada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e co-fundadora do Coletivo Fotoguerrilha.





