De 24 a 28 de abril, a UFRJ acolheu o Abraço das Favelas, uma semana de eventos culturais e artísticos animados por painéis de debates, exibições de filmes, yoga, teatro, dança e karaokê, entre outras performances artísticas.
Este projeto foi coordenado pelo coletivo Abraço das Favelas, que reúne moradores de diferentes favelas do Rio de Janeiro que querem (re)pensar o diálogo entre favelas e universidades. Ao reunir grupos de artistas de favelas, os organizadores tornaram visível o leque de atividades culturais e artísticas que florescem nesses bairros e articularam novos elos entre essas comunidades e o mundo acadêmico. A força deste projeto também vem do fato de que grupos de artistas e moradores de diferentes favelas (incluindo o Complexo da Maré, Manguinhos, Complexo do Alemão e Providência) se uniram para transmitir suas mensagens políticas e o desejo de discutir e de ser ouvido.
O fotógrafo Antoine Horenbeek capturou cenas de atividades de quinta e sexta-feira para o RioOnWatch:
Vozes de Quem?
Os comunicadores comunitários Naldinho do Maré Vive (Maré), René Silva do Voz das Comunidades (fundada no Alemão, hoje em diversas favelas), e Carlos do O Cidadão (Maré) falam sobre a importância das mídias alternativas e comunitárias e criticam a maneira como a grande mídia tradicional aborda as favelas.
Pacificação?
Alunos e professores do Colégio Pedro II exibem um filme que produziram em 2017, Pacificação? As UPPs e a violência no RJ, e depois conduzem um debate sobre o filme. Os participantes discutem os impactos das UPPs nas favelas com o professor do CPII João Braga, o morador e guia da Providência Cosme Felippsen (que participou do filme) e o ex-aluno do CPII Mike Ribeiro.
Em Honra à Marielle
Matheus Frazão, estudante de artes cênicas da UNIRIO e morador do Timbau (na Maré), realiza uma dança intitulada ‘Corpo Presente’. Esta poderosa performance encarna a vida e o assassinato de Marielle Franco.
Dançando em espaços da elite
O Ballet Manguinhos, uma trupe de jovens bailarinos do Complexo de Manguinhos, liderado por Daiana Ferreira dos Santos de Oliveira, orgulhosamente representa a comunidade e sua cena cultural e artística.
Cantando de coração
Karaokê das Bixas Pretas, uma intervenção artística e política criada por Carlos Marra, Felipe Dutra e Iury de Carvalho Lobo–que é particularmente atuante na Maré–conduzem uma performance humorística composta de karaokê participativo usando apenas músicas de artistas negros e/ou LGBT.