#VivaOSUS: É o Que Dizem as Redes sobre a Chegada das Vacinas às Favelas

Foto: @SelmaSouzaPhoto / Voz das Comunidades

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Esta é a nossa mais recente matéria sobre o novo coronavírus e seus impactos sobre as favelas, e também faz parte da série #OQueDizemAsRedes que traz pontos de vista publicados nas redes sociais, de moradores e ativistas de favela, sobre eventos e temas que surgem na sociedade. 

Cenas de praias lotadas no Rio e dezenas de agentes de saúde imunizados nas redes sociais retratam o cotidiano atual da pandemia no país.

O primeiro feriado de 2021 na capital, dia em que a sensação térmica do Rio de Janeiro atingiu 43,1 graus, segundo o Alerta Rio, levou cariocas a lotarem as praias da Zona Sul sem máscaras mesmo diante da alta de casos de infectados e mortes por Covid-19 na capital. Mas esta data não será marcada somente como mais um dia de medo e revolta nesses 11 meses de pandemia. No dia (20/01), feriado de São Sebastião, padroeiro da cidade, dezenas de imagens de profissionais de saúde imunizados com a primeira dose da CoronaVac, vacina contra a Covid-19 fabricada pela biofarmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantã, tomaram as redes sociais junto com a hashtag #VivaoSUS.

Inclusive, com direito a dancinha ao som de Mc Fioti “Bum Bum Tam Tam” da Dr. Nayara Rocha, médica da Clínica da Família, no Complexo do Alemão:

O funk, que virou meme, ganhou até remix feito pelo Mc em prol da campanha de vacinação: “É a Osba envolvente que é consciente/ E pra tá presente/ nos concertos da gente/ toma vacina e vem sorridente/ eu falei assim pra ela/ eu falei assim pra ela/ confia no Butantã/ e na vacinação/ confia no Butantã/ e na vacinação”. O hit virou hino da vacina do Instituto Butantã.  Apesar da brincadeira da música, o Mc Fioti, que gravou uma nova versão do clipe dentro do Instituto Butantã, lembra que a vacinação é no braço e não no bumbum.

O plano de vacinação da Prefeitura do Rio começou oficialmente na terça-feira (19/01), no Hospital Municipal Ronaldo Gazolla, em Acari, e em alguns asilos e casas de repouso. Na quarta-feira (20/01), a ação foi intensificada com as equipes das unidades de atenção primária trabalhando para levar a vacina às instituições de longa permanência, além de profissionais dos hospitais públicos e particulares que atendem Covid-19 e das Clínicas da Família e centros municipais de saúde.

Porém, somente 34% dos profissionais da Saúde serão vacinados. Mesmo em fase inicial, esta etapa de vacinação já se tornou um sopro de esperança e alívio para algumas famílias como a da jornalista Daiene Mendes.

Em abril de 2020, a jornalista, moradora do Complexo do Alemão, usou o Twitter para pedir socorro e denunciar o colapso da saúde pública no Rio de Janeiro frente a pandemia. No intervalo de seis dias, ela perdeu a avó e um tio, ambos vítimas da Covid-19 e da falta de assistência apropriado do Estado.

Além da emoção, Daiene também publicou a foto da mãe na versão meme como um jacaré após ser vacinada. O meme, que tomou as redes sociais brasileiras, faz uma crítica irônica a declaração do presidente Jair Bolsonaro em 17 de dezembro de 2020: “Se tomar vacina e virar jacaré não tenho nada a ver com isso”, em mais um pronunciamento deslegitimando a ciência e a produção de vacinas para imunizar a população no Brasil e no mundo.

Rio de Janeiro: Até Sábado 115.000 Serão Imunizados

O número é muito baixo frente aos mais de 6 milhões de moradores da capital carioca. Ainda assim, essa primeira etapa de imunização significa um fio de “luz” em mais de 10 meses de pandemia para muitos profissionais que atuam na linha de frente do combate a Covid-19, lideranças comunitárias e ativistas de favelas.

Veículos de jornalismo e midiativismo em favelas, dentre eles: Coletivo Akari, Fala Roça, Maré Vive e Voz das Comunidades, registraram a vacinação dos profissionais de saúde nas Clínicas da Família das comunidades.

Muitos dos agentes de saúde vacinados e imunizados com a primeira dose da vacina CoronaVac são moradores de favelas, como destacou o Maré de Notícias. Porém, a mídia comunitária ressalta que ainda não é hora de relaxar com os protocolos de segurança para evitar ser infectado com o vírus: o uso de máscara, distanciamento social e a limpeza das mãos com água e sabão ou álcool seguem sendo necessárias.

Até o momento, foram contabilizados 28.215 óbitos em razão do coronavírus e 490.821 infecções, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. De acordo com o Painel Unificador Covid-19 nas Favelas (www.favela.info), que reúne mais de vinte instituições e coletivos da sociedade civil, até hoje, 28.314 moradores das favelas foram infectados e 3.067 vieram a óbito devido ao coronavírus.

É importante ressaltar que, neste primeiro momento, a população não deve ir aos postos em busca da vacina. Por enquanto, o plano de vacinação é destinado aos primeiros grupos prioritários formados por: trabalhadores de saúde que atendem diretamente pacientes com Covid-19; trabalhadores da atenção primária envolvidos na campanha de vacinação; profissionais de saúde que atuam em CTI, urgência e emergência e que estavam afastados por idade ou comorbidade; idosos e deficientes que vivem em instituições de longa permanência e os profissionais que trabalham nesses locais; e grupos indígenas e quilombolas.

Do total de 487.500 doses da CoronaVac que chegaram ao estado do Rio de Janeiro na última segunda-feira (18/01), de acordo com o jornal O Dia, a capital recebeu 231.840 doses da vacina. Esse total equivale a duas doses para cada uma das 115.000 pessoas que a prefeitura pretende vacinar até sábado (23/01).

Com 1.382 mortes em 24h, o Brasil ultrapassou 212.000 óbitos por Covid-19, de acordo com o boletim de imprensa divulgado em 20 de janeiro.


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