O Museu da Maré, foco da terceira matéria, publicada hoje, da série Semana de Museus 2018, foi reconhecido em 2014 como atração turística pelo Estado do Rio de Janeiro, e comemorou doze anos na semana passada, no dia 8 de maio. Ao contrário dos museus mais tradicionais, que se concentram em arte ou objetos, o Museu da Maré também–e talvez mais importante–serve como espaço de memória e espaço de encontro para a comunidade.
Este museu construído localmente, somado ao fato de ter resistido à ameaças de remoção, é um reflexo da determinação dos moradores de ter um lugar que documenta e valoriza a história da comunidade. Moradores da Maré falam sobre o museu como um local onde eles podem se identificar e se reconhecer dentre as histórias apresentadas. Em seu aniversário de 12 anos, o museu destacou seu papel central na vida cultural e social do Complexo da Maré. A seção do museu que exibe objetos e arte é apenas uma parte–o Museu da Maré também apresenta performances teatrais, aulas de dança e capoeira, oficinas para crianças e adolescentes e debates, entre diversas oportunidades para os moradores contarem e ouvirem histórias comunitárias. Em suma, o museu espelha a efervescência da própria favela do ponto de vista social, artístico e cultural.
O fotógrafo Antoine Horenbeek capturou cenas do evento de aniversário deste ano para o RioOnWatch:
O Museu
O museu foi ameaçado de remoção pelo proprietário do prédio, mas graças aos protestos da comunidade, continua em pé. E é inclusive reconhecido como atração turística pelo Estado do Rio de Janeiro. A exposição permanente do Museu da Maré é dividida em 12 eras temáticas não lineares que transmitem a história da favela.
Tempo da Água
A primeira parte da exposição permanente, “Tempo da Água”, mostra fotografias antigas tiradas entre as décadas de 1920 e 1970, quando muitas casas estavam sobre palafitas. Os visitantes podem ver como era o território do Complexo da Maré antes de sua rápida urbanização.
Tempo da Fé
O “Tempo da Fé” reúne objetos que representam várias religiões, mas destaca especialmente as influências Católicas, Evangélicas e do Candomblé, já que essas religiões são particularmente comuns entre os moradores.
Tempo da Casa
Na exposição “Tempo da Casa”, os visitantes podem explorar uma réplica de uma palafita em tamanho natural. O interior da casa é decorado com objetos antigos que pertenciam a antigos moradores da Maré.
Estórias da Maré
Uma sessão de contação de estórias é organizada para o aniversário do museu.
Moda Vintage da Favela
Cleide Rose & Andrea Rose do Brechó das Rosas estão na festa de aniversário para vender acessórios vintage, roupas e calçados.
Teatro
Uma performance comemora os 12 anos.
O Público
À noite, o museu enche. O evento atrai centenas de pessoas do bairro.
Dança
Roberto Cândido um jovem dançarino de hip-hop da escola de dança do Museu da Maré.
Lucas Francisco Brynner e Robson Pereira, dançarinos da escola de dança do museu, em frente a uma parede onde se lê: “Museu da Maré Fica!”
Uma performance de dança dos jovens dançarinos da Maré.