Favelão: Voz Política e Jornalismo Comunitário à Frente de Seu Tempo

Jornal Favelão - A Voz dos Favelados

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Favelão—A Voz dos Favelados, jornal da década de 1980 guarda a memória da comunicação política das favelas do Rio de Janeiro e da resistência da população dos territórios contra as remoções.

“Quem mora nas favelas ou bairros populares do Grande Rio, muito cuidado pra não serem mais uma vez enganados. Fiquem de olhos bem abertos, pois vão aparecer certos deputados, vereadores e candidatos a governador querendo se aproveitar da nossa situação de pobreza pra ganhar votos às nossas custas. Pra melhor reconhecer esses falsos políticos, vamos denunciar aqui o que eles prometem e quase sempre não cumprem, quais os seus deveres, o que é política e qual a importância do voto.” — Editorial ‘Os Políticos Nas Favelas’, 1ª edição, novembro de 1981 do jornal Favelão

O texto que você acabou de ler é um fragmento de um jornal comunitário. Faz parte da nota jornalística: “Os políticos nas favelas“. Questões atuais como a crise de representatividade política, o uso eleitoreiro e a manipulação do voto da população das favelas já se faziam presentes no texto publicado em novembro de 1981, na primeira edição do jornal Favelão—A Voz dos Favelados.

O impresso narra a memória da comunicação política das favelas e mostra como, há pelo menos 40 anos, os moradores lidam com o eleitoralismo. O Favelão foi uma das experiências do movimento de comunicação popular no Rio de Janeiro na década de 1980 que chamou atenção do historiador e jornalista Marco Morel.

Em 1986, ele publicou o livro O Jornalismo Popular nas Favelas Cariocas, onde faz uma análise do jornalismo “construído por mãos anônimas”. “À primeira vista (ou numa visão já condicionada) um jornalzinho feito por favelados pode parecer uma miniatura mal feita de um grande jornal… Mas é bom que se diga: por trás destas folhinhas pode estar, viva e palpitante, a história de um povo”, ressaltou Marco.

Capa de julho de 1984, edição nº 18

O Favelão foi uma experiência de comunicação popular plural e complexa. Com doze páginas e tiragem de 3.000 exemplares, era um jornal “feito por favelados para favelados”. Desafiava-se a ser um veículo que representasse a “voz” das diversas favelas do Rio de Janeiro.

Fundado pela Pastoral de Favelas e lideranças comunitárias, o jornal surgiu da necessidade concreta de lutar contra a remoção do Morro do Vidigal, em 1978. A resistência dos territórios e das lideranças comunitárias contra as tentativas de remoção das favelas do Rio de Janeiro foi uma bandeira de luta dessa experiência popular e comunitária de comunicação, bem como o combate ao racismo e à violência policial contra “favelados”.

Foi criado pela Pastoral em novembro de 1981. Contudo, apesar do envolvimento da Igreja Católica, todos os textos e ilustrações publicadas eram produzidos exclusivamente por moradores de favelas.

Devido à legislação da época, Favelão contava com assessoria profissional da jornalista Gilda Vieira—já falecida, responsável pelo jornal juridicamente. Segundo o ilustrador Damião Silva, integrante da equipe do jornal, o papel da jornalista era realmente de apoio técnico.

“Ela não escrevia as matérias, mas ajudava a organizar a diagramação. As matérias eram das próprias pessoas das comunidades, dos representantes que participavam do vicariato”, relatou Damião em depoimento à pesquisa Experiências em Comunicação Popular no Rio de Janeiro Ontem e Hoje: Uma História de Resistência nas Favelas Cariocas, realizada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC).

O estudo se inspirou no mapeamento feito por Marco Morel das experiências de jornalismo nas favelas da Zona Sul do Rio na década de 1980. Organizada por Claudia Santiago, a obra traz o registro de 40 experiências em comunicação popular nas favelas da Zona Norte, Sul, Oeste, Baixada Fluminense e Niterói, tornando-se referência no debate sobre a comunicação comunitária do Rio de Janeiro.

De acordo com pesquisa do NPC, o auge das experiências de comunicação e educação popular no Brasil aconteceu no contexto da chamada “abertura lenta, gradual e segura” da Ditadura Militar, na segunda metade da década de 1970 e início dos anos 1980, sendo o jornal Favelão um dos diversos exemplos da organização popular nas favelas. “Nesse período, surgiram vários movimentos sociais, principalmente articulados pela ala progressista da Igreja Católica [ligada aos ideias da Teologia da Libertação] que resistiram ao autoritarismo e à exploração do governo militar”, explica a jornalista e historiadora Cláudia Santiago.

O Favelão destacava-se por apresentar características gráficas diferentes do restante da imprensa da favela na época, que, em geral, era impressa no mimeógrafo. Financiado pela Fundação Ford, em convênio com a Arquidiocese do Rio, Favelão era um jornal impresso em gráfica e contava com diagramação profissional. A verba chegava até o jornal repassada pela Igreja através da Pastoral de Favelas.

A Voz dos Favelados pelo Direito à Favela

Luta contra remoção no Morro da Baiana, Complexo do Alemão, edição nº 1.O protagonismo da construção, produção e distribuição do jornal era todo dos moradores de favelas. Trazia uma linguagem “extremamente de vanguarda”, analisa Marco Morel. A frente do seu tempo, a equipe em plena ditadura militar, debatia assuntos da política nacional, movimento negro, cultura afro, gênero, além da resistência das favelas contra as remoções e a luta por acesso a direitos como água, saneamento básico, educação e transporte público.

Em tempos de forte repressão política, fazia-se disputa de narrativa sobre as favelas do Rio de Janeiro através da comunicação comunitária. A partir, por exemplo, do forte caráter de identidade do jornal, usava-se o termo “favelado” para seu slogan: “a voz dos favelados”. O sentido e a carga moral da palavra estavam sendo disputados pelo jornal.

À época, a palavra “favelado” já começava a deixar de ser usada para designar apenas “aquele que vive em favela“, conforme consta no dicionário Michaelis, passando a ser usada socialmente e associada na mídia com um valor de sentido discriminatório, usado em situações pejorativas e negativas, expressando o racismo estrutural e o preconceito social da sociedade brasileira.

A representação estética das favelas também estava no título do jornal, que trazia ilustrações de barracos dentro de cada letra. A escolha do nome do impresso, segundo Damião Silva, em entrevista para o NPC, foi feita consultando em reuniões lideranças de favelas, entre elas Diquinho, do Complexo do Alemão.

Favelão começou entre 1981 e 1987, sendo distribuído por lideranças comunitárias a preço simbólico ou, muitas vezes, gratuitamente a moradores de favelas, de beco em beco, ainda sob a sombra da ditadura civil-militar. A ideia era levar o acesso à informação aos moradores de favelas por meio da própria favela, sem preconceito social e com uma linguagem popular.

“Para você que está me segurando, me lendo e talvez, se perguntando ‘que bicho será esse?’ gostaria de lhe dar algumas dicas. Nasci agora para as comunidades, mas já estou há meses na barriga da minha mãe. A minha mãe é uma equipe de pessoas composta de muitos favelados, dois jornalistas e um estudante de história. Quando nasci, fiquei todo orgulhoso de saber que muita gente me esperava. Aliás, soube que eu andava na cabeça de muito líder batalhador, esses caras que estão sempre lutando para melhorar a vida das favelas. Outra coisa que a mãe me contou foi que ela queria um nome muito bonito para mim. Aí ela saiu perguntando a uma porção de gente que faz reunião nas favelas, que nome eu devia ter. O nome que mais colou foi o que me deram e, antes mesmo de eu nascer, as pessoas já me chamavam de Favelão. Confesso que fico todo arrepiado quando ouço meu nome falado pelos meus amigos. Um abraço para vocês.” — Editorial ‘O que sou?’, 1ª edição, novembro de 1981

Ilustração do editorial do Favelão

A experiência comunitária e popular do jornal Favelão segue até hoje sendo um registro da ação política de moradores de favela seja pela representação, pelo registro histórico do protagonismo da voz de favelados, pelas denúncias ou pela linguagem. Favelão dá aula de engajamento social nos 26 exemplares publicados. Traz registros das lutas realizadas por favelados pelo direito à favela. Capa de janeiro de 1983, edição nº 9

A denúncia pelo direito à favela está presente em editoriais, notícias de despejo e sobre a cultura da favela no Favelão. Eram comuns também os relatos em primeira pessoa. Parte desses relatos também revelam as mudanças do próprio território da cidade do Rio de Janeiro e como essas transformações atravessavam o cotidiano dos moradores:

“Eu vim para essa favela em 20 de julho de 1937. Passei muita dificuldade. Não tinha água, não tinha luz, não tinha caminho. Lutei muito e com dificuldade para criar meus filhos. A água era ‘pegada’ na Rua Gustavo Sampaio, era um bondinho que trazia para a gente. Não existia o fogão a gás, era fogão a lenha, lenha que se apanhava na Siqueira Campos numa obra que existia. Eu mesma ia buscar. Meus filhos todos estudaram até os 14 anos, pois não havia condições de estudar. O horário era à noite e foram para a oficina, aprender uma profissão.

Não tenho queixas da favela. Aqui foi onde eu lutei com dificuldade e venci… Ainda trabalho, tenho patrões que são muito bons para mim. Venci porque tive muito apoio e coragem, meus vizinhos são meus parentes, nunca chorei sozinha. A associação do morro também, me deu muito apoio, todos os presidentes do morro, sempre me ajudaram e com nenhum deles tive problemas. Sou agradecida, do meu coração, a todos daqui da favela onde eu vivi, chorei e amei.”

— ‘Minha Vida na Favela’, texto por Leopoldina Torquato Farias, de 68 anos, moradora do Chapéu Mangueira, na 2ª edição, 26 de novembro de 1981

Da Luta pela Constituinte ao Direito de Respirar

O Favelão se fixa em uma época de efervescência política, com diferentes forças históricas em disputa para ocupar lugares na recente democracia brasileira. Neste contexto, que ainda tinha como pano de fundo uma forte concentração de mídias, o jornal gritava pelo direito à moradia através da luta pelo direito à terra—demonstrando uma compreensão ampla sobre território e moradia.

Formado por moradores que integravam diferentes partidos (PCB, PDT, PT, entre outros), o jornal não apenas abordava as eleições da Federação das Associações de Favelas do Estado do Rio de Janeiro (FAFERJ), como também os momentos de abertura política do país. Chegou a ser apreendido na gráfica duas vezes, sob a alegação do governo de que o veículo estaria desvirtuado dos objetivos de um jornal de favelas.

O endereço oficial do jornal era Parada de Lucas, na Zona Norte da cidade, mas as reuniões do jornal rodavam de favela em favela. No editorial da edição nº 2, o caráter comunitário da elaboração do jornal é apresentado. O “menino” que se torna a cara da voz do jornal (em todo editorial publicado) avisa como acontece a construção das pautas.

“Para ficar mais por dentro, todo mês eu estou com o meu pessoal fazendo uma reunião numa favela diferente, aí é muito bacana porque os moradores daquele local passam a colaborar também com a minha gente, principalmente a turma que faz jornal em favela. Assim, já estamos funcionando numa sala em Parada de Lucas, já houve uma reunião de pauta no morro do Galo e outras vão pintar.” — fragmento do editorial Tô nas bocas, publicado em dezembro de 1981

Capa edição nº 4

Apesar dos riscos, o Favelão também tocava em assuntos polêmicos e tabus sociais. Do direito da mulher até a violência policial, em forma de conto, prosa ou diretamente denunciando as violências sobre corpos favelados em relatos pessoais em primeira pessoa, Favelão era garantia do direito à voz, à cidadania e à ação política:

“Estou descendo a favela a fim de ir pro Leblon. O mormaço está esquentando e a promessa é de tempo bom. Que vontade de ir à praia, mas eu não sou de transação. Tenho família pra bancar e eu mesmo sou patrão. Esqueci os documentos, mas não posso voltar não. Está em cima do horário e o lucro é muito bom. Nisso sobe a polícia. Mão na cabeça negão. Tira tudo do bolso e vai jogando no chão. Fale pouco e baixo pra não ganhar um bofetão. Aqui quem fala é a gente e não queremos sugestão. E em primeiro lugar deixe eu ver a sua mão. Mas eu moro na favela e estou indo pro Leblon. Pergunte para as pessoas. Obtenha informação. Deixe um garoto ir buscar minha documentação. Você já falou demais cale a boca negão. Soldado, leve-o daqui tranque-o no camburão. Vamos apresentar serviço, pois é nossa obrigação. Subir a favela e descer sem ninguém com a nossa turma não!” — trecho do conto Você é suspeito, por Marcão do Vidigal, publicado em novembro de 1983

De acordo com Célia Fernandes, secretária da Pastoral de Favelas e participante do projeto do jornal como moradora de favela, a linha editorial partia das necessidades do povo da favela. Em depoimento para o livro do NPC, ela comenta: “Era muito fácil com a botina o policial meter o pé e entrar [nas casas]. Por isso, era no jornal que a gente colocava o que sentia, vivia e sofria”.

O jornal traz o registro histórico sobre a violência policial e o genocídio da população negra e de favela há 40 anos. A edição publicada em dezembro de 1981, revela a repressão ao direito da favela de protestar contra a violência policial, mas também mostra como a violência de Estado é uma realidade nas favelas mesmo dentro de um estado democrático:

“Recentemente, Francisco Gilmar de Souza foi estupidamente assassinado por um policial na favela da Rocinha. Este é um caso dramático que vem se juntar a tantos outros: a menina Marcia foi baleada na saída da escola na favela da Mangueira; Amauri da Conceição foi morto por um tiro de escopeta no Vidigal. As comunidades reagem, mas os fatos são arquivados. No caso do Vidigal, o boicote ao corpo do Amauri no Instituto Médico Legal, obrigou [a favela a fazer] caravana em ônibus com faixas e cartazes.”

Capa de dezembro de 1981, edição nº 2Passadas quatro décadas, muitos outros homens favelados como Gilmar e Amauri foram mortos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro: Marcus Vinicius no Complexo da Maré; Jonathan Lima, na Favela de Manguinhos; e Amarildo de Souza na Rocinha são alguns dos seus nomes. Também existem outras meninas como Marcia da Mangueira: Maria Eduarda, morta dento da escola na favela de Acari, e Ágatha Félix, assassinada ao lado de sua mãe dentro do transporte público no Complexo do Alemão.

No Rio de Janeiro, há 40 anos a polícia mata todos os dias moradores de favelas. Inclusive, bebês ainda no ventre da mãe, como aconteceu com Kathlen Romeu, no Complexo do Lins, grávida de 13 semanas.

Na ocasião da morte da mãe e do bebê, um levantamento feito a partir dos dados do Instituto Fogo Cruzado mostrou que 681 mulheres foram atingidas por disparos no Grande Rio entre 2017 e junho de 2021. Do total, 15 foram baleadas grávidas, com oito delas morrendo. Dos dez bebês baleados ainda na barriga das suas mães apenas um sobreviveu.

O relatório anual do Instituto Fogo Cruzado em 2021 revelou que mesmo com ADPF 635 em vigor, o Grande Rio teve 4.653 tiroteios/disparos de arma de fogo. Ao todo, 2.098 pessoas foram baleadas (1.084 mortas e 1.014 feridas), sendo 64% (1.342) dos baleados atingidos durante ações/operações policiais nas favelas.

A reportagem Violência Nas Favelas, publicada no Favelão, retrata a realidade ainda atual da violência nos territórios. O texto denuncia a opressão do Estado nas favelas em plena ditadura militar. Um trecho do artigo afirma: “A injustiça social matou recentemente Gilmar. Quantos serão precisos [morrer] para que o povo tenha direito à Justiça?”

O questionamento foi escrito por um morador de forma não identificada pelo jornal. O que mais choca é que a pergunta feita pelo Favelão há 40 anos também foi feita no Twitter pela vereadora Marielle Franco um dia antes de ser assassinada.

Guardião da Memória e Registro dos Fatos Sociais das Favelas

Os jornais impressos de forma geral são os detentores da memória oficial. Registram os marcos sociais de uma época. Esse é mais um dos motivos da importância dos jornais impressos de favelas.

O estudo Experiências em Comunicação Popular no Rio de Janeiro Ontem e Hoje: Uma História de Resistência nas Favelas Cariocas do NPC e seu levantamento de dados despertou uma constante preocupação com a memória da comunicação comunitária das favelas. Encontrar antigas edições do jornal Favelão pareceu ser quase tão impossível quanto é manter nos dias atuais a circulação de jornais impressos em favelas.Capa edição de Janeiro de 1985, edição nº 18

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Arquivo da Cidade do Rio de Janeiro guardam um ou três exemplares, por exemplo, do jornal Favelão e de outros jornais de favelas. No caso do jornal Favelão nem a Pastoral das Favelas tinha mais os arquivos disponíveis. Isso porque em 2003, todo o arquivo do jornal foi perdido quando diversas frentes das pastorais da Arquidiocese do Rio foram desarticuladas. Só foi possível acessar os exemplares digitalizados do Favelão pelo Centro de Documentação e Pesquisa Vergueiro (CPV). Quase todas as edições do jornal podem ser acessadas por lá.

Com mais de 70.000 páginas de documentos digitalizados, o acervo é uma ação estratégica de preservação da memória da luta dos trabalhadores produzidos nas décadas de 1970, 1980 e 1990 e de jornais comunitários, de movimentos sociais de base das favelas do Rio de Janeiro e do movimento negro.

O jornal teve um papel crucial em denunciar o racismo nos anos de 1980 e demonstrar como a ditadura militar tratava as favelas. Uma das reportagens mais impactantes, segundo Célia, foi publicada em outubro de 1982. No artigo, o jornal trouxe uma foto feita por Luiz Morier, publicada originalmente no Jornal do Brasil em setembro de 1982, com a legenda: “Os homens eram conduzidos ao camburão como escravos”.

A publicação do Jornal do Brasil causou indignação e o Favelão reagiu através da publicação do artigo Em 1888, 1982 Querem o Negro na Cozinha. O título fazia referência à libertação dos escravos no Brasil, em 1888, e debatia a suposta democracia racial no Brasil em 1982, passados 94 anos entre a abolição da escravidão e a foto publicada no Jornal do Brasil. Para Célia, fazer aquela edição foi de uma coragem incrível:

“Não era simples falar de violência policial, de qualquer violência na favela. Tinha que botar a cara. A gente tinha medo sim, mas sonhava com liberdade.” — Célia Fernandes

O Favelão Ainda Está Aí, Mas Diferente

Artigo 'Em 1888, 1982 Querem o Negro na Cozinha'Apesar do Favelão seguir em atividade em formato impresso, de acordo com informação do Almanaque da Comunicação Sindical e Popular do Rio de Janeiro, o projeto original com participação ativa e protagonista dos moradores de favelas chegou ao fim na edição nº 26, em 1986.

O motivo foi o fim do apoio financeiro da Fundação Ford, além de mudanças nas diretrizes da linha editorial do jornal. “Não se sabe ao certo o número de tiragens do jornal Favelão“, conforme informação levantada pelo NPC em 2021.

A última edição do Favelão a qual tivemos acesso foi em novembro de 2015. O jornal era publicado em quatro páginas—uma folha de A3 dobrada ao meio—e tinha distribuição extremamente irregular.


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