Esta matéria faz parte de uma série gerada por uma parceria com o Digital Brazil Project do Centro Behner Stiefel de Estudos Brasileiros da Universidade Estadual de San Diego na Califórnia, para produzir matérias sobre justiça ambiental nas favelas fluminenses.
Nos últimos anos, as mudanças climáticas têm intensificado os deslizamentos de terra na cidade do Rio de Janeiro, um problema que afeta milhares de pessoas, entre eles moradores das favelas do Complexo do Lins e do Complexo do 18, na Zona Norte. O aumento da intensidade das chuvas tem saturado o solo das encostas, tornando-as mais susceptíveis a deslizamentos.
O desmatamento e a urbanização baseada no asfalto só exacerbam os efeitos destas chuvas intensas. A remoção da vegetação reduz a capacidade do solo de absorver água, enquanto o asfalto e cimento impermeabilizam o solo. Entre outras áreas, o Maciço da Tijuca, uma das mais importantes formações geológicas e ecológicas do Rio de Janeiro, é diretamente afetado. É lar de algumas das mais icônicas paisagens cariocas, como o Corcovado e a Pedra da Gávea, mas se extende até o subúrbio carioca. Também é um refúgio de biodiversidade, abrigando uma rica variedade de flora e fauna da Mata Atlântica. O maciço está inserido no Parque Nacional da Tijuca, que oferece uma vasta gama de atividades para os amantes da natureza e do esporte.
Menos conhecido, o Maciço da Tijuca também contém a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra dos Pretos Forros, que se estende entre os bairros de Água Santa e Lins de Vasconcelos, servindo como um divisor natural entre Jacarepaguá e o Grande Méier, entre as zonas Oeste e Norte. Criada em 2000, a APA busca proteger essa região, que abrange 2.645,7 hectares. A Serra dos Pretos Forros recebeu este nome porque era um local onde pessoas negras escravizadas buscavam abrigo, formando quilombos e, posteriormente, inúmeras favelas na Serra, entre elas o Complexo do Lins e o Complexo do 18.
O Complexo do Lins é formado pelas comunidades: Outero, Camarista Méier, Ouro Preto, Pretos Forros, Morro do Céu, Morro Nossa Senhora da Guia, Santa Terezinha, Morro da Cachoeira Grande, Morro da Cotia, Cachoeirinha, Dona Francisca, Morro do Amor, Barro Preto, Vila Cabuçu, Barro Vermelho, Morro da Bacia e Morro do Encontro.
Já o Complexo do 18 é formado por: Morro do 18, Morro do Gambá, Morro do Encontro, Lemos de Brito e Saçu. A população de ambos complexos foi impactada nos últimos anos pelas chuvas extremas e deslizamentos de terra.
Longe do Ideal: Comunidades Próximas com Realidades Diferentes
Apesar de estarem localizadas na mesma APA e de serem complexos vizinhos, a realidade de uma é bem diferente da outra quando se fala de intervenções públicas para mitigar as emergências climáticas. Enquanto no Complexo do Lins há sirenes instaladas, ponto de acolhimento, obras de contenção na Estrada Grajaú-Jacarepaguá e treinamento dos moradores para situações de emergência climática, no Complexo do 18 não há nada disso.
Morador e presidente do Projeto Social Família 18, o pedagogo Lucas Prates conta que, além de não haver sirenes no Complexo do 18, nunca foi realizado treinamento ou simulação para prevenção de acidentes, mesmo com inúmeras solicitações realizadas pelos moradores.
“A comunidade tem um histórico de casas desocupadas pela Defesa Civil por causa de deslizamentos. Nos últimos cinco anos, ocorreram quatro incidentes graves de deslizamento com queda de barreiras e interdição total ou parcial de quatro casas.” — Lucas Prates
Segundo Lucas, aconteceu algo inimaginável: o barranco cedeu e arrastou pedras e paredes de uma antiga casa já demolida anteriormente pela Defesa Civil. Esses escombros carreados pelo deslizamento atingiram uma outra casa, que ficou destruída.
Criado na comunidade Cachoeira Grande, uma das favelas do Complexo do Lins, o assistente social Rafael Sousa relata que há sirenes na maioria das favelas do Complexo. Rafael, também fundador da Voz do Lins, conta que algumas sirenes estavam com problemas de manutenção, mas que já foram consertadas. Segundo ele, nos últimos seis anos, houve apenas uma simulação de evacuação para os pontos de apoio espalhados pela favela.
“De modo geral, já aconteceram diversos deslizamentos, tanto de pedras, que interditaram grandes áreas, quanto de barrancos, chegando a soterrar algumas pessoas no passado, mas sem vítimas fatais. Sobre a quantidade de domicílios afetados, não tenho como precisar o número. Ao longo de 30 anos, muitas casas foram afetadas e, às vezes, um deslizamento fecha um caminho ou interdita uma rua. Nem sempre as casas são afetadas diretamente, mas em várias situações foram.” — Rafael Sousa
Em maio de 2023, houve um deslizamento de terra no Morro da Cotia, no Complexo do Lins. Oito pessoas ficaram feridas e uma faleceu. Dos feridos, sete eram menores de idade, sendo quatro crianças pequenas. Todos eram da mesma família, que teve a casa destruída e outras duas ficaram interditadas. Segundo o Painel Climático da Casa Fluminense, os complexos do Lins e do 18, juntos, possuem 328 domicílios em áreas de risco de deslizamento.
O Mapa de Risco Alto para Inundações e Deslizamentos, produzido pela Casa Fluminense, indica que o Complexo do 18 possui 81 domicílios em área de risco de deslizamento. Desses, mais da metade estão localizados na Favela Lemos de Brito, em Quintino Bocaiúva, com 42 domicílios em área de risco de deslizamento. De forma geral, o mapa mostra que 70% das pessoas afetadas por eventos climáticos extremos, como fortes chuvas e deslizamentos, residem em áreas de alto risco, e que 60% dos internados por doenças de veiculação hídrica são negros, evidenciando a interseção entre racismo ambiental e injustiça climática.
Já no Complexo do Lins são 411 domicílios localizados em área de risco de deslizamento. Desses, 247 estão localizados nas comunidades Dona Franciscana, Barro Preto e Cabuçu, localizados em Lins de Vasconcelos. Se juntarmos os dois complexos, teremos 328 domicílios em áreas de risco de deslizamento.
O mapa utilizou os endereços recenseados pelo Censo Demográfico 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na região metropolitana do Rio de Janeiro e sua relação com as cartas de susceptibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações, disponibilizadas na escala municipal, pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Estima-se que os danos causados por deslizamentos e inundações na Região Metropolitana do Rio de Janeiro somam mais de R$500 milhões nos últimos cinco anos. O painel também mostra que um a cada cinco lares fluminenses estão em áreas de alto risco de inundação, um a cada 100 lares estão em áreas de alto risco de deslizamento e 3 milhões de pessoas são afetadas com eventos de fortes chuvas.
Rafael relata que houve um deslizamento há cerca de dois anos, mas foi por motivos não naturais, devido a uma infiltração em uma área de risco geotécnico no Morro da Cotia. O deslizamento causou um óbito.
“Sobre a situação dos moradores, depende da comunidade. Algumas são muito mais suscetíveis a deslizamentos, como Boca do Mato, Morro do Céu, Morro da Cotia, Encontro, Cachoeira Grande, parte da Cachoeirinha, Barro Preto e Vila Cabuçu. Essas áreas são mais inclinadas e têm muitos cursos d’água, o que aumenta o risco de deslizamentos. Nessas comunidades, as pessoas ficam mais preocupadas com a possibilidade de deslizamentos.” — Rafael Sousa
Lucas conta que três famílias foram removidas de suas casas e perderam boa parte das mobílias. Ele ressalta que frequentemente há incidentes de quedas de árvores destruindo total ou parcialmente casas. Algumas pessoas buscam refúgios em casa de parentes em dias com maiores chuvas, raios e ventanias fortes, parte da ansiedade climática.
“O mais recente ocorreu no verão desse ano, onde um grande deslizamento na Rua Laís Areda colocou em risco algumas casas na comunidade e, no mesmo período, mas em região de mata, outro grande deslizamento afetou o abastecimento de água da comunidade por dias.” — Lucas Prates
Lucas relata que o barranco da base de uma casa cedeu, atingindo a casa abaixo, interditando o caminho por meses. Ele conta que a casa branca abaixo tem uma marcação na parede, que mostra a altura que o barro chegou no último deslizamento.
Nenhuma Sirene Instalada na Atual Administração Municipal (2021-2024)
Questionada via Lei de Acesso à Informação, a Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro informou que o Sistema de Alarme Sonoro é composto por 164 estações sonoras e que todas estão funcionando. Na resposta, a Prefeitura afirma não haver solicitações para instalação de novas sirenes e que, na atual administração municipal, não houve instalações, apenas manutenção das sirenes já existentes e treinamentos.
“A implantação das estações do Sistema de Alarme Sonoro foi iniciada em 2011, após as fortes chuvas de abril de 2010, sendo totalmente concluída em 2012. A primeira estação foi inaugurada no dia 21 de janeiro de 2011, no morro do Borel, na Tijuca, que recebeu três conjuntos de alto-falantes voltados para as áreas de maior risco.” — Prefeitura do Rio de Janeiro
Sobre a manutenção, a Prefeitura explica que o contrato de manutenção do Sistema de Alarme Sonoro inclui manutenções preventivas, com cronograma de visitas técnicas às estações e manutenção corretiva, sempre que é identificada alguma falha na operacionalidade. A empresa responsável pela manutenção é a Gridlab Sistemas e Serviços Ltda. O valor total do contrato é de R$7.899.000,13, com prazo inicial de 720 dias corridos.
“Todas as estações que integram o Sistema de Alarme Sonoro recebem manutenções preventivas em cada etapa correspondente ao período de 30 dias. As manutenções de caráter corretivo ocorrem sempre que são identificadas falhas na operacionalidade de alguma estação.” — Prefeitura do Rio de Janeiro
Sobre a instalação de novas sirenes, a Prefeitura relata que estudos estão sendo realizados para atualizar o mapeamento de risco geológico na cidade. Além disso, explica que, após a conclusão, será possível fazer a mitigação de áreas de alto risco em algumas comunidades, possibilitando a indicação da necessidade de instalação de novas sirenes em novas áreas. No entanto, não informou o prazo do fim dos estudos.
Sem Sirenes, Sem Treinamentos, Sem Simulações de Evacuação no Complexo do 18
Lucas Prates conta que ele e outras lideranças locais já solicitaram por diferentes meios a instalação de sirenes e a realização de treinamentos, mas que, até hoje, as favelas do Complexo do 18 seguem sem sirenes. Sem sirenes, simulações e treinamentos, a população se vê sozinha em situações de emergência climática.
“Já procuramos a Defesa Civil para a instalação de sirenes e plano de ação para fortes chuvas. Foram enviados diversos e-mails, mas sem sucesso. Nas oportunidades em que a Defesa Civil esteve aqui, também por chamado dos moradores, solicitamos novamente essa estrutura de apoio e alerta. E, até hoje, nada.” — Lucas Prates
Treinamentos e simulações nunca foram realizados no Complexo do 18. Já no Complexo do Lins elas já foram realizadas. A última aconteceu em setembro de 2023.
Em resposta via Lei de Acesso à Informação, a prefeitura do Rio explica que são realizadas capacitações em defesa civil, primeiros socorros, prevenção e combate a incêndios nas formações de Núcleos de Proteção e Defesa Civil (NUPDEC). Além disso, são realizados Exercícios Simulados de Desocupação. As formações de NUPDEC e os simulados são realizados pela Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município.
“O Exercício Simulado de Desocupação de áreas de alto risco geológico faz parte do conjunto de estratégias da Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil visando a prevenção e preparação para o próximo período crítico associado às fortes chuvas.” — Prefeitura Rio de Janeiro
Ainda segundo a Prefeitura, quando há exercício simulado de desocupação de áreas de alto risco geológico, as atividades seguem o cronograma abaixo:
Horário | Atividade |
9:00 | Início das atividades com mobilização da rede comunitária formada por voluntários, moradores e órgãos municipais. A Defesa Civil abre o evento e apresenta a estratégia aos participantes. Os Pontos de Apoio são abertos e preparados para recepcionar os moradores das áreas de alto risco. |
9:30 | As equipes já se encontram posicionadas nos Pontos de Apoio / Encontro preparadas para recepcionar os moradores. A Gerência de Monitoramento e Alertas de Desastres da SUBPDEC, baseada no Centro de Operações Rio, emite pelas sirenes o Aviso de Chuva Forte, mensagem sonora que informa sobre a possibilidade de chuva forte para as horas seguintes. |
10:00 | As sirenes são acionadas com o toque de desocupação, através do Centro de Operações Rio, informando sobre a necessidade da desocupação dos moradores para os Pontos de Apoio ou locais seguros. A rede comunitária apoia os moradores em seu deslocamento e os recebe, aproveitando a oportunidade para apresentar a estratégia, informar os meios de acesso aos serviços de emergência (CBMERJ 193, Defesa Civil 199), tirar dúvidas e receber demandas de atendimentos. |
11:00 | É realizado o último toque das sirenes com a mensagem de retorno à normalidade. Neste momento, os moradores são orientados sobre as condições favoráveis ao retorno aos seus imóveis. |
A Prefeitura também informou que, de janeiro a agosto de 2024, foram realizados “um Núcleo de Proteção e Defesa Civil e 15 exercícios Simulados de Desocupação”, nenhum deles nas favelas do Complexo do Lins e do Complexo do 18. Na atual administração municipal (2021-2024), foram realizados 17 exercícios simulados de desocupação de áreas de risco, sendo 14 para áreas de risco geológico e três para locais expostos a inundações e alagamentos. Também informou que 24 bairros e comunidades já receberam algum tipo de atividade.
Na atual administração municipal (2021-2024), foram realizadas 14 atividades de riscos geológicos. Em três datas, no Complexo do Lins: 4 julho de 2021, 1° de setembro de 2023 e 17 de maio de 2024. Das 15 comunidades que fazem parte do Complexo do Lins, apenas cinco receberam atividades: Morro do Céu e Pretos Forros (duas vezes cada) e Matriz, Ouro Preto e São João (uma vez cada). Nenhuma atividade foi realizada nas Favelas do Complexo do 18. Ao todo, a Prefeitura estima que 456 pessoas tenham participado de pelo menos um dos 17 treinamentos realizados pelo NUPDEC.
Rafael Sousa conta que existe diálogo constante da Defesa Civil com a Associação de Moradores e que a Voz do Lins possui contato direto com o gerente da Defesa Civil da Zona Norte. Eles sempre mantém contato e compartilhando informações.
“Existe um grupo que aconselha as associações de moradores do Complexo do Lins, sempre em diálogo com a Defesa Civil, especialmente, em momentos de previsão de grandes chuvas. Apoiamos na comunicação e no diálogo. E temos um contato direto com o gerente da Defesa Civil da Zona Norte para sinalizar essas questões. Identificamos problemas junto com os líderes comunitários e compartilhamos essas informações.” — Rafael Sousa
Projeto Social Família 18 e Voz do Lins Trabalham para Reduzir os Impactos Ambientais
Combater os deslizamentos de terra envolve uma combinação de medidas preventivas, monitoramento contínuo e ações emergenciais. Além disso, o reflorestamento deve ser política pública, visando manter vegetação com extenso sistema de raízes em encostas. Isso ajuda a estabilizar o solo, pois as raízes atuam como âncoras, segurando o solo, mesmo encharcado.
A instalação de sistemas de drenagem são importantes para direcionar a água da chuva para longe das encostas, evitando o encharcamento do solo. Trabalhos como desenvolver campanhas educativas para informar a população sobre os riscos e as medidas de prevenção também são importantes para conscientizar e educar moradores. O Projeto Família Social 18 e Voz do Linz trabalham em algumas ações para diminuir os impactos ambientais em suas comunidades.
Lucas Prates conta que existem quatro projetos em andamento que ocorrem nas comunidades do Complexo do 18: Mutirão de Reflorestamento, Trilhando no 18, Coletivo Pretos Forros e Projeto Social Família 18, todos com o objetivo de conscientizar e reflorestar partes desmatadas da APA dos Pretos Forros.
Rafael explica que a Voz do Lins, criada em 2013, participa da construção da Agenda do Grande Méier e desenvolveu um trabalho de pesquisa junto com a Fiocruz sobre questões ligadas ao meio ambiente, saneamento e saúde no território.
“Não é uma pesquisa, mas sim um trabalho no território, abordando questões ligadas ao meio ambiente, saneamento básico e saúde. Estamos fazendo um raio-x de como o meio ambiente está influenciando a vida das pessoas, as mudanças climáticas e a escassez de água tratada. A partir desse plano, vamos instalar filtros para que as pessoas tenham acesso à água tratada e potável. Também vamos implantar bacias de evapotranspiração para evitar o descarte de esgoto nos rios.” — Rafael Sousa
Como Funciona o Sistema de Alerta: O Que Fazer em Caso de Chuvas Extremas e Deslizamentos?
Em resposta via Lei de Acesso à Informação, a Prefeitura explica que o Sistema de Alerta e Alarme Comunitário para Chuvas Fortes monitora 103 comunidades de alto risco geológico, acionando as sirenes sempre quando são atingidos índices pluviométricos necessários para a desocupação preventiva.
“O sistema de alertas sonoros é baseado no monitoramento dos índices críticos de chuva por meteorologistas do Alerta Rio, lotados no COR, onde profissionais da Defesa Civil Municipal atuam de forma integrada, 24 horas por dia, na Gerência de Monitoramento e Alertas de Desastres. O trabalho conta ainda com a participação de líderes e voluntários das comunidades, além de pontos de apoio previamente definidos, caso haja a necessidade de evacuar provisoriamente moradores. Integram o sistema 83 pluviômetros, 164 sirenes e 194 pontos de apoio.” — Prefeitura do Rio de Janeiro
O sistema Alerta Rio é uma ferramenta crucial para avisar sobre chuvas intensas e riscos de deslizamentos. Por isso, é importante ficar atento, monitorar os alertas meteorológicos e as sirenes de emergência. Sobretudo, é preciso expandir o sistema de sirenes para todos os pontos vulneráveis a deslizamentos de terra no Rio. E, depois de instaladas as sirenes, é preciso treinar os moradores, pois, em meio a uma emergência climática, não basta ouvir as sirenes e querer evacuar o local em perigo: é preciso conhecer as rotas de evacuação, os abrigos temporários mais próximos e saber o que fazer ou não. Para isso, é preciso que a Prefeitura e o Governo do Estado ofereçam treinamentos e simulações à população das favelas.
Saiba o que fazer antes, durante e após um deslizamento de terra:
- Antes do Deslizamento
- Fique atento aos alertas: Monitore os alertas meteorológicos e as sirenes de emergência. O sistema Alerta Rio é uma ferramenta crucial para avisar sobre chuvas intensas e riscos de deslizamentos.
- Planeje Rotas de Fuga: Conheça as rotas de evacuação e os abrigos temporários mais próximos.
- Durante o Deslizamento
- Evacue Imediatamente: Se ouvir as sirenes ou perceber sinais de deslizamento (como rachaduras no solo ou barulhos de deslizamento), evacue a área imediatamente.
- Evite Áreas de Risco: Não tente atravessar áreas onde o deslizamento está ocorrendo. Procure um local seguro, longe de encostas e vales.
- Ajude os Vizinhos: Se possível, ajude pessoas idosas, crianças e aqueles com mobilidade reduzida a evacuarem.
- Após o Deslizamento
- Evite Retornar Imediatamente: Não volte para a área afetada até que as autoridades confirmem que é seguro.
- Informe as Autoridades: Se você estiver seguro, informe as autoridades sobre o deslizamento e qualquer pessoa que possa estar em perigo.
- Procure Abrigo: Dirija-se a um abrigo temporário se sua casa foi afetada ou se as autoridades recomendarem.
- Medidas de Segurança Adicionais
- Tenha um Kit de Emergência: Mantenha um kit de emergência com itens essenciais como água, alimentos não perecíveis, medicamentos, lanternas e baterias.
- Eduque-se e Participe de Treinamentos: Participe de treinamentos e campanhas educativas sobre como agir em situações de desastres naturais.
Lembre-se de sempre ter em mãos os números da Defesa Civil Estadual (199), Defesa Civil Municipal (1746), Corpo de Bombeiros (193) e Polícia Militar (190). E também ter acesso às informações adicionais dos sites das instituições de defesa civil e do Centro de Previsões do Tempo e Estudos Climáticos (Cepen).
Sobre o autor: Felipe Migliani é formado em Jornalismo pela Unicarioca e tem especialização em jornalismo investigativo. Atua como jornalista independente e repórter freelancer nos jornais Meia Hora e Estadão. É colaborador do Coletivo Engenhos de Histórias, que investiga e resgata histórias e memórias da região do Grande Méier, e do PerifaConnection.