![Participantes da Fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias Participantes da Fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Participantes-da-Fundacao-do-Museu-Quilombo-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
No dia 18 de janeiro de 2025, o Morro do Salgueiro, uma das favelas mais antigas do Rio de Janeiro, um verdadeiro quilombo urbano na Tijuca, Zona Norte da cidade, inaugurou o Museu Social Quilombo do Salgueiro, na sede do Instituto Sal-Laje. O museu social nasceu com a missão de dar mais visibilidade à História de um território marcado pela luta quilombola e vivência comunitária, com um enfoque na preservação do patrimônio material e imaterial da região.
O evento contou com a presença de representantes de diversos grupos atuantes no território como: o grupo cultural Caxambu do Salgueiro, a Associação de Moradores do Morro do Salgueiro, o Coletivo de Erveiras e Erveiros do Salgueiro, a Rádio-Poste Comunitária ‘Se Liga Salgueiro’, entre outros coletivos locais. Além disso, na cerimônia de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro também foi realizada a retomada das reuniões da Rede de Museologia Social do Rio de Janeiro (REMUS-RJ) neste ano, o que levou à presença de outros integrantes da rede e museus sociais e de favelas do Rio de Janeiro.
A programação do dia foi bem extensa e começou às dez horas com um café da manhã na padaria Caliel Culinária Artesanal, que trabalha com princípios de práticas agroecológicas e de cozinha solidária. Durante esse momento os participantes do evento puderam se reunir para vivência dessa experiência de um café de qualidade, além de ter um momento de troca e reencontros.
![Aproximadamente 70 pessoas participaram do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias Aproximadamente 70 pessoas participaram do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Aproximadamente-70-pessoas-participaram-do-evento-de-fundacao-do-Museu-Quilombo-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
Após o café da manhã, os presentes foram convidados a se encaminhar para a inauguração do Museu Social Quilombo do Salgueiro e para a reunião da REMUS-RJ. Após uma saudação aos presentes, todos os participantes, aproximadamente 70 pessoas, se apresentaram dizendo de onde vinham e qual território e organização representavam, numa demonstração orgânica da diversidade de territórios ali presentes, abrangendo desde a Baixada Fluminense, todas as zonas da cidade do Rio de Janeiro, além dos municípios de São Gonçalo e Niterói.
Após esse momento inicial, Marcelo Paz Olajinmina, cozinheiro, quilombola cria do Morro do Salgueiro e vice-presidente do grupo de Caxambu do morro agradeceu a presença de todos e falou da importância da fundação do museu na favela.
“Gratidão pela presença de todos vocês aqui. Nós aqui do Morro do Salgueiro, dos coletivos do Morro do Salgueiro, nós estamos muito emocionados por todo esse movimento que está acontecendo. É um sonho que nós tínhamos de estar integrando uma rede, uma rede para fortalecer o que o Morro do Salgueiro já faz e para o Morro do Salgueiro também fortalecer, porque essa favela aqui é uma favela majoritariamente preta. Bem, eu me chamo Marcelo Paz Olajinmina, sou cria do Morro do Salgueiro, de família tradicional quilombola. Sou cozinheiro, estou vice-presidente do Caxambu de Salgueiro. Faço parte também do coletivo de erveiras e erveiros daqui do Morro do Salgueiro, que tem uma integração também com o coletivo do Ewe Saberes Tradicionais, que trata as ervas medicinais, mas no aspecto litúrgico… Estou muito grato pela presença de todos vocês aqui. Estou aqui com vocês e também estou na cozinha preparando um frango com Ora-pro-nóbis, com a folha que foi colhida aqui no Morro do Salgueiro, essa favela que também tem essa ancestralidade muito forte com as ervas medicinais, com esse saber que passa pelas plantas, pelas árvores centenárias. Isso aqui é um quilombo, surge como quilombo antes mesmo da abolição da escravatura e muitas dessas famílias descendentes, desses primeiros moradores, ainda vivem aqui nesse território e a gente mantém essa tradição até os dias de hoje.” — Marcelo Paz Olajinmina
![Marcelo Paz Olajinmina dá as boas vindas aos participantes do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias Marcelo Paz Olajinmina dá as boas vindas aos participantes do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Marcelo-Paz-Olajinmina-da-as-boas-vindas-aos-participantes-do-evento-de-fundacao-do-Museu-Quilombo-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
Após a fala do Marcelo, Emerson Menezes, integrante do Instituto Sal-Lage e do Caxambu do Salgueiro fez uma apresentação contextualizando o processo histórico de surgimento e ocupação da favela, além de apresentar um grande número de coletivos, movimentos, instituições e organizações presentes no território, que carregam histórias vivas do Salgueiro.
“O Morro do Salgueiro… ainda no final do século XIX, iniciou sua primeira ocupação a partir de escravizados fugidos das fazendas de cafezais do Alto da Boa Vista. Inicialmente, ele recebeu o nome de Morro dos Trapicheiros [por conta do Rio Trapicheiros], constituindo-se um dos primeiros quilombos urbanos aqui da cidade. Então, essas origens se dão antes mesmo do fim da escravidão, efetivamente, antes da chegada de Domingos Alves Salgueiro, que é quem posteriormente dá o nome, efetivamente, ao morro. E uma outra etapa dessa ocupação se dá já no início do século XX, com a chegada de pessoas do interior do estado do Rio de Janeiro e de outras regiões do Sudeste, como Minas Gerais. Essa favela secular cultiva uma diversidade cultural… além do samba e do funk. Expressões como ladainhas, benzedeiras, terreiros de culto afro, folias de reis, maculelê, bailes no estilo charme, as rodas do nosso patrimônio cultural imaterial do Brasil, que é o Caxambu do Salgueiro. Portanto, um breve histórico dá a dimensão desse morro, que se confunde justamente com as origens afrodiaspóricas neste país.” — Emerson Menezes
![Emerson Menezes faz uma contextualização histórica da ocupação do Salgueiro aos participantes do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto Bárbara Dias Emerson Menezes faz uma contextualização histórica da ocupação do Salgueiro aos participantes do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Emerson-Menezes-faz-uma-contextualizacao-historica-da-ocupacao-do-Salgueiro-aos-participantes-do-evento-de-fundacao-do-Museu-Quilombo-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
Dentre os exemplos de coletivos, grupos culturais, empreendimentos sociais e instituições públicas mapeadas no território, Emerson citou o Grupo Cultural Caxambu do Salgueiro, a Associação de Moradores, a Escola Municipal Bombeiro Geraldo Dias, a Creche Raízes do Salgueiro, o Coletivo das Erveiras e Erveiros do Salgueiro, o Hortas Cariocas, a Biblioteca Comunitária Jurema Batista, a Rádio Comunitária Se Liga Salgueiro, o Bloco Carnavalesco Raízes da Tijuca, a Padaria Caliel, a Capelinha de São Sebastião, Recepções de Folias de diversas Folias de Reis, e os terreiros de religião de matriz africana, sem mencionar as iniciativas de turismo de base comunitária.
Após a fala dos anfitriões, o professor, Mario Chagas, diretor do Museu da República e do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM), falou sobre a importância da fundação do Museu Quilombo do Salgueiro.
“Então, estamos hoje aqui, dia 18 de janeiro de 2025, realizando a primeira reunião da rede de museologia social do Rio de Janeiro do ano de 2025 e para nossa alegria estamos participando do lançamento do Museu Social Quilombo do Salgueiro. É uma notícia extraordinária e é uma grande realização, na verdade, porque iniciamos as reuniões da rede com esse lançamento e esse Museu Social. Ele é o reconhecimento de uma tradição, de um patrimônio, de uma memória já existente aqui no Morro do Salgueiro e esse museu vem consolidar tudo isso, vem fortalecer tudo isso e sistematizar. Hoje, a apresentação que nós aqui já tivemos realizada pelo Emerson foi notável, extraordinária, apresentando toda a potência e a dimensão cultural do Morro do Salgueiro, isso é importante. Eu estou convencido, tenho certeza de que o lançamento desse museu aqui no Morro do Salgueiro trará uma contribuição importante para o território, para a comunidade, mas ele também traz uma contribuição importante para a própria Rede de Museologia Social. Na verdade, é um movimento que se fortalece. Eu gostaria de pensar esse museu como um museu-semente, ele tem uma conexão com a ancestralidade, mas ele explode agora olhando o futuro e, com tudo isso, ele também é um museu que vai produzir novos frutos, novas sementes.” — Mario Chagas
![Professor Doutor Mario Chagas falou sobre a importância da fundação do museu do salgueiro em sua fala aos participantes do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias Professor Doutor Mario Chagas falou sobre a importância da fundação do museu do salgueiro em sua fala aos participantes do evento de fundação do Museu Quilombo do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Professor-Doutor-Mario-Chagas-falou-sobre-a-importancia-da-fundacao-do-museu-do-salgueiro-em-sua-fala-aos-participantes-do-evento-de-fundacao-do-Museu-Quilombo-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
Após a fundação do Museu do Salgueiro, foi realizada a reunião inaugural das atividades da REMUS-RJ em 2025, que reuniu profissionais e representantes de diversos museus e projetos sociais da cidade. Entre os destaques dessa primeira atividade anual, estão a divulgação do evento, a começar no dia 8 de fevereiro no Museu de Arte do Rio, do 2º Festival de Museologia Social no Rio, a entrega de certificados aos museus que passaram a integrar a rede e a leitura da Carta de Princípios da REMUS-RJ.
No meio do dia, um almoço feito a base de uma culinária ancestral, com pratos como o frango caipira com a Ora-pro-nóbis, uma de várias Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) bastante abundantes no Salgueiro, foi preparado e servido pela Caliel, proporcionando uma imersão nos sabores tradicionais da cultura quilombola do Morro do Salgueiro. Nascida e criada no Morro do Salgueiro, integrante e segunda tesoureira do Caxambu do Salgueiro, além de seu papel na Biblioteca Jurema Batista e no coletivo de Erveiras e Erveiros do Salgueiro, Denise Santos falou sobre a importância da fundação do museu social no território.
“É fundamental pra gente, enquanto morador, enquanto pessoas que trabalham nessa área social, seja no turismo, seja na área de manutenção do nosso patrimônio local. Essa questão do Museu Quilombo do Salgueiro pra gente vai trazer muitos resgates também, muitos jovens que são crias do Salgueiro não conhecem a História da nossa comunidade. A gente tem vários pontos da comunidade que não são mais aqueles pontos que a gente viveu enquanto jovem, enquanto criança. Hoje, eles estão modificados, mas a gente pode falar sobre o que acontecia nesse local. Então, pra gente é muito importante fazer parte dessa rede, que se formou em questão de museu a céu aberto nas comunidades. Já tem toda uma memória ali colocada, o museu só vem mesmo pra formatar o que já existe na favela.” — Denise Santos
![Denise Santos, moradora do Salgueiro, falou sobre a importância da fundação do Museu Quilombo do Salgueiro e do Caxambu da comunidade. Foto: Bárbara Dias Denise Santos, moradora do Salgueiro, falou sobre a importância da fundação do Museu Quilombo do Salgueiro e do Caxambu da comunidade. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Denise-Santos-moradora-do-Salgueiro-nos-falou-sobre-a-importancia-da-fundacao-do-Museu-e-do-Caxambu-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
Denise Santos nos falou também sobre a importância do Caxambu ser patrimônio imaterial brasileiro reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN):
“Isso é importante também para falar sobre o nosso Caxambu, porque a gente fez um resgate do nosso Caxambu. No nosso Caxambu, de outrora, criança não podia participar do Caxambu. Era dito que só os adultos poderiam participar. Nesse resgate que a gente fez, nesse novo reencontro, nessa nova reeleitura do Caxambu, a gente conseguiu colocar crianças e jovens para participar. E o nosso Caxambu, ele não se fixava só num local. Hoje, ele está aqui, sediado no espaço cultural Sal-Lage, mas, antes, ele acontecia em vários setores da comunidade. Tinha várias personalidades que davam referência a esse Caxambu. A gente tinha Seu Geraldo, Dona Tia Guida; então, a gente trazia dentro também do nosso Caxambu, muitas coisas do nosso repertório, coisas que aconteciam na comunidade na época… Isso é bom pra gente trazer para as pessoas que virão visitar a nossa comunidade, para que, quando falarem do Caxambu, eles possam entender qual é o contexto dele dentro de nossa comunidade. Que ele não se regionalizava num local só, ele era diverso dentro da comunidade, seja na festa junina, ou após as sessões religiosas de matriz africana. E, depois, vinha a brincadeira de dançar com o Caxambu.”
Após o almoço ocorreu também, uma grande aula de ancestralidade a partir de dois patrimônios culturais do Morro do Salgueiro: a oficina com os Erveiros e Erveiras do Salgueiro e o Caxambu do Salgueiro.
![Silvania da Silva, do Coletivo de erveiras e erveiros do Salgueiro, fala sobre a importância de se preservar conhecimentos ancestrais sobre as ervas. Foto: Bárbara Dias Silvania da Silva, do Coletivo de erveiras e erveiros do Salgueiro, fala sobre a importância de se preservar conhecimentos ancestrais sobre as ervas. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Silvania-da-Silva-do-Coletivo-de-erveiras-e-erveiros-do-Salgueiro-fala-sobre-a-importancia-de-se-preservar-conhecimentos-ancestrais-sobre-as-ervas.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
O Coletivo de Erveiras e Erveiros conduziu uma oficina, onde os participantes puderam compartilhar conhecimentos sobre o uso das ervas na medicina tradicional e na cura popular. Silvania da Silva, criada no morro do Salgueiro, neta de erveiros, falou sobre a importância do coletivo.
“Fui criada aqui no Morro do Salgueiro. Como a gente sempre vem conversando, o Coletivo de Erveiras e Erveiros do Salgueiro é 100% ancestral. Nós, aqui, somos herdeiros, somos netos, somos filhos… tenho muito orgulho de ter sido criada aqui, com meu avô que rezava Ladainha… Hoje, eu estou aqui para relembrar: memória afetiva é muito importante pra mim, ser criada com a minha avó, com os valores que minha avó me passou e, hoje, estar resgatando essa memória, procurando fazer com que essa nossa tradição permaneça viva. Então, eu parabenizo a todos nós, porque o nosso grupo está se perpetuando, se fortalecendo. É um orgulho fazer parte. É um orgulho estar aqui com vocês. É um orgulho estar levando a nossa bandeira pra frente, fazendo evoluir e crescer.” — Silvania da Silva
![Apresentação do Caxambu do Salgueiro no evento de inauguração do Museu Social do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias Apresentação do Caxambu do Salgueiro no evento de inauguração do Museu Social do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Apresentacao-do-Caxambu-do-Salgueiro-durante-o-evento-de-inauguracao-do-Museu-Social-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
O Caxambu do Salgueiro chegou trazendo a apresentação de Jongo de um grande patrimônio da cultura afro-diaspórica brasileira e da comunidade do Salgueiro. A apresentação contou com a explicação de como os tambores “conversam” entre si, os passos de umbigada e as saudações aos tambores para se começar e finalizar uma roda de Caxambu. Ao final, todos foram convidados para entrar na roda e vivenciar um pouco da ancestralidade dessa resistência cultural do Salgueiro.
![Marcelo Paz Olajinmina fala aos presentes durante a caminhada no território do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias Marcelo Paz Olajinmina fala aos presentes durante a caminhada no território do Salgueiro. Foto: Bárbara Dias](https://rioonwatch.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Marcelo-Paz-Olajinmina-fala-aos-presentes-durante-a-caminhada-no-territorio-do-Salgueiro.-Foto-Barbara-Dias.jpg)
O dia de atividades foi encerrado com uma caminhada no território do Salgueiro, onde os participantes puderam conhecer de perto os espaços culturais, sociais e históricos do morro, alguns deles apresentados durante a fala de Emerson Menezes, como por exemplo a Capelinha de São Sebastião, de onde parte a tradicional procissão do santo padroeiro da cidade do Rio de Janeiro e também do Morro do Salgueiro.
Durante a caminhada, também foram observadas construções, como as muretas de contenção de plantações erguidas por escravizados e alguns prédios centenários como a Escola Municipal Bombeiro Geraldo Dias, fundada em 1919, e o casarão de pedra da Goulart, uma das construções mais antigas Salgueiro, que o Museu Social Quilombo do Salgueiro tem intenção que seja tombado como patrimônio histórico e futuramente possa vir a ser revitalizado e transformado em um espaço para todos os grupos e coletivos da favela.
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Sobre a autora: Bárbara Dias, cria de Bangu, possui licenciatura em Ciências Biológicas, mestrado em Educação Ambiental e atua como professora da rede pública desde 2006. É fotojornalista e trabalha também com fotografia documental. É comunicadora popular formada pelo Núcleo Piratininga de Comunicação (NPC) e co-fundadora do Coletivo Fotoguerrilha.